Cristina Kirchner tenta reforçar alianças com prefeitos peronistas

  • Por Agencia EFE
  • 20/02/2014 17h23

Buenos Aires, 20 fev (EFE).- A presidente argentina, Cristina Kirchner, liderará amanhã, sexta-feira, um ato na Grande Buenos Aires, o maior distrito eleitoral do país, que não visita desde a campanha das legislativas do ano passado, para tentar manter a fidelidade dos poderosos prefeitos peronistas.

A presidente, que acaba de completar 61 anos, tinha previsto deslocar-se hoje à cidade de Florencio Varela, distrito dominado pelo kirchnerismo, mas um alerta climatológico com ameaça de temporal de chuvas a obrigou a mudar de planos e atrasar sua apresentação para amanhã.

Com este ato, Cristina Kirchner pretende lançar um sinal de apoio aos prefeitos que permanecem fiéis a seu projeto após o revés eleitoral do ano passado e as tensões econômicas que assolam a Argentina, depois da desvalorização de janeiro e do salto da inflação.

A convocação servirá, além disso, como um espécie de teste da mobilização que o governo prepara para congregar milhares de pessoas nas proximidades do Congresso no próximo dia 1º de março, quando a governante liderará a cerimônia oficial de abertura do novo curso legislativo, considerado tradicionalmente um dos discursos presidenciais mais importantes do ano.

A longa convalescença de Cristina, sua menor exposição pública e as recentes tensões econômicas configuram um cenário complexo, onde alguns prefeitos começaram a reivindicar uma condução mais contundente da governante perante o temor de deslocamentos de poderosos “caciques” peronistas rumo à vereda opositora.

De fato, estes temores já têm sua primeira validação, a passagem de Raúl Othacehé, prefeito de Merlo, cidade na província de Buenos Aires, às fileiras da Frente Renovadora, liderada pelo deputado Sergio Massa, ex-chefe de gabinete de Cristina e hoje uma das referências da oposição com aspirações presidenciais em 2015.

O último ato que Cristina tinha realizado na região que cerca a capital argentina foi na cidade de La Matanza no último dia 4 de outubro, em plena campanha para os pleitos legislativos.

Poucos dias depois a governante foi operada para extrair um coágulo craniano e esteve quase 40 dias em repouso, período durante o qual ocorreram as eleições legislativas nas quais o governo saiu derrotado nos principais distritos do país.

Após seu retorno à atividade, Cristina diminuiu notavelmente seu ritmo de aparições públicas, com poucos atos na sede do Executivo e um, no domingo passado, província de Santa Cruz, onde tem sua residência particular. EFE

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