Crivella pede a “benção de Deus” ao assumir e declara: “é proibido gastar”

  • Por Jovem Pan
  • 01/01/2017 15h15
Prefeito eleito Marcelo Crivella e seu vice Fernando Frazão/Agência Brasil Marcelo Crivella toma posse como prefeito do Rio de Janeiro

Neste domingo, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, tomou posse em solenidade na Câmara Municipal. Acompanhado do vice-prefeito Fernando Mac Dowell, e de secretários do novo governo, Crivella falou sobre os desafios que irá enfrentar no novo cargo e pediu a “bênção de Deus”. Crivella assumiu a situação financeira difícil da capital fluminense e disse que, enquanto uma análise minuciosa dos recursos disponíveis não for realizada, “é proibido gastar”.

Crivella disse que estabelecerá uma comissão para combater “as chamadas mordomias”, benefícios concedidos a funcionários da administração direta e indireta.

Os incentivos fiscais da Prefeitura também serão reavaliados, segundo o prefeito eleito.

Na área econômica, Crivella afirmou que a Secretaria de Fazenda vai tentar fazer uma reforma tributária, “buscando maior correspondência entre os níveis de contribuição e a capacidade contributiva”.

“É fundamental que cada secretário verifique a disponibilidade de fundos e as despesas comprometidas antes de anunciar qualquer programa que envolva dispêndio de recursos financeiros. Enquanto este trabalho não for concluído, a ordem é a seguinte: é proibido gastar”, disse ele, prometendo também ampliar concessões e parcerias público-privadas. Ouça esse trecho do discurso AQUI.

“Bênção”

“É com imenso senso de responsabilidade e prudência, mas também com fé e sem medo que assumo a Prefeitura do Rio de Janeiro. Venho assumir o mandato que recebi do povo com a determinação de cuidar das pessoas”, declarou o prefeito eleito.

“É para essa nobre missão que peço humildemente a benção de Deus e me sinto investido da mais alta autoridade para conclamar a sociedade, nossas instituições democráticas, sobretudo e principalmente a Câmara dos Vereadores, a governar do meu lado. Deus nos deu uma cidade maravilhosa, mas cumpre a nós torna-la ainda mais próspera, justa e humana”, continuou Crivella.

O prefeito do Rio de Janeiro ainda citou a desigualdade social como um dos maiores problemas da cidade. Crivella prometeu cuidar da população mais pobre, sobretudo as crianças, e falou em tornar o Rio de Janeiro “um lar de todos”.

Lema

Crivella citou “forças” de “integração” e de “fragmentação”. “Como qualquer outra grande cidade, temos forças de integração e de fragmentação, diferenças sociais muito grandes, desconhecimento recíproco, preconceitos, idolatria do egoísmo e do consumo desenfreado. Maus exemplos sobretudo das autoridades. Tudo isso nos separa”, discursou.

“A cidadania, o espaço público, o trabalho, a cultura, a religião da paz, as nossas festas e confraternizações, a solidariedade, tudo isso nos une. Uma prefeitura democrática deve usar os recursos disponíveis para usar as forças de integração tendo em vista tornar a cidade o lar de todos. Hoje há cerca de 118 mil crianças de 0 a 6 anos vivendo abaixo da linha da pobreza. Passam desapercebidas, não se ouve seu choro, não se vê sua fome. Cuidar delas dignifica, enobrece e engrandece e constrói o que tanto almejamos: um futuro de paz. Nosso lema é cuidar das pessoas”, garantiu e afirmou o prefeito eleito.

A solenidade foi conduzida pelo presidente da Câmara, Jorge Felippe, do PMDB, que foi reeleito para o cargo. Marcelo Crivella é bispo licenciado da Igreja Universal e foi eleito prefeito do Rio de Janeiro após vencer Marcelo Freixo, do PSOL, no segundo turno.

Primeiras medidas

Na entrada da solenidade, Crivella falou sobre decretos públicados hoje em uma edição extra do Diário Oficial do Município. Ele sublinhou que o mais importante deles é o que institui estado de alerta contra as arboviroses, ou seja, as doenças transmitidas por mosquitos, entre eles o Aedes aegypti: “Eu acho que [o mais importante] é a nossa preparação para o combate às doenças de verão. Sobretudo, chikungunya, dengue e zika”.

O prefeito agradeceu sua eleição primeiro a Deus e depois a sua família e aos eleitores e partidos que o apoiaram. Crivella fez referência ao apoio arcebispo da Igreja Católica do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, e aos eleitores evangélicos, que, segundo ele, o apoiaram com 90% dos votos. “Não tinha nas minhas mais otimistas previsões [imaginado] que isso ocorresse”.

Ouça o DISCURSO COMPLETO de Marcelo Crivella de 30 minutos AQUI.

Com informações complementares da Agência Brasil.

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