Croácia diz que deixará passar todos os refugiados a caminho da Alemanha
Zagreb, 16 set (EFE).- O primeiro-ministro da Croácia, Zoran Milanovic, disse nesta quarta-feira que todos os refugiados do Oriente Médio que chegarem a seu país poderão atravessá-lo em seu caminho rumo à Alemanha.
“Eles poderão passar pela Croácia, nós vamos ajudá-los nisso”, comentou o chefe de governo, citado pela emissora “N1”, depois que os primeiros grupos de imigrantes cruzaram a fronteira croata-sérvia pela manhã.
Segundo a agência de notícias croata “Hina”, Milanovic informou que cerca de 150 refugiados entraram na Croácia durante a noite de ontem.
“Teremos em mente todos os interesses da Croácia, mas também não nos esqueceremos de que são pessoas, a maioria cristãos”, declarou Milanovic.
O premiê croata assinalou que seu país está preparado para aceitar e orientar os refugiados “para onde eles quiserem ir”, sem importar sua religião e cor de pele.
Nesse sentido, Milanovic aproveitou para criticar a política migratória do governo da Hungria, de caráter conservador e nacionalista, que tachou de “nociva e perigosa”.
“Os muros que estão sendo erguidos não apenas não impedirão ninguém, mas enviam uma mensagem horrorosa e perigosa. A cerca na Europa, no século XXI, não é uma resposta, é uma ameaça”, garantiu o primeiro-ministro croata.
Os primeiros ônibus com refugiados do Oriente Médio vindos da Sérvia chegaram hoje à Croácia, o que representa uma nova rota para aqueles que tentam alcançar a Europa Ocidental.
Essa mudança acontece depois que a Hungria fechou ontem sua fronteira com a Sérvia para impedir a passagem de milhares de imigrantes por seu território.
A presidente da Croácia, a conservadora Kolinda Grabar-Kitarovic, pediu que Milanovic convocasse uma sessão do Conselho de Segurança Nacional para tratar da crise migratória em nível máximo, informou a “Hina”.
A presidente indicou que a situação “fica a cada dia mais complexa” e assinalou que, com sua proposta, quer chamar a atenção para “a onda de refugiados, e suas possíveis implicações sociais, econômicas e de segurança”.
Segundo a presidente, a crise migratória não terminará em breve, mesmo que haja um acordo na União Europeia (UE) sobre as cotas de distribuição de refugiados pelos diferentes países do bloco. EFE
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