Croácia escolhe amanhã presidente entre o atual, Josipovic, e três rivais

  • Por Agencia EFE
  • 27/12/2014 12h48
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Vesna Bernardic

Zagreb, 27 dez (EFE).- A Croácia elegerá amanhã pela sexta vez desde sua independência, em 1991, seu presidente, desta vez entre o líder atual, Ivo Josipoviæ, favorito e candidato de centro-esquerda e outros três candidatos.

“Sem a reforma do Estado, da administração, e em partes, do sistema judiciário, não haverá recuperação econômica”, repetiu ontem à noite o presidente no último debate televisionado da campanha.

O programa de Josipoviæ se baseia em um detalhado plano de mudanças constitucionais para a “Segunda República”, que promete levar para o debate público assim como ao parlamento.

O principal adversário de Josipoviæ para este cargo, protocolar mas de grande prestígio, com mandato de cinco anos, é a candidata conservadora, diplomata e atual secretária-geral adjunta da Otan para Relações Públicas, Kolinda Grabar-Kitarovic.

A maior crítica dela ao presidente é ele não ter forçado o governo a atuar contra a crise em que o país está, imerso há seis anos na recessão.

“Se hoje vivem melhor do que há cinco anos, então preservem o status quo”, disse a ex-ministra de Relações Exteriores em sua última mensagem ao eleitorado, quando também afirmou que exigirá do governo um trabalho mais eficaz contra a crise ou pedirá eleições antecipadas.

Segundo as pesquisas, Josipoviæ, renomado jurista e compositor, ganhará com uma margem apertada, mas haverá segundo turno, em 11 de janeiro, já que, segundo as previsões, neste domingo nenhum candidato alcançará metade mais um dos votos.

Milan Kujundzic, de um grupo direitista, e o jovem Ivan Sincic, líder de uma associação que luta contra os despejos de inquilinos de seus apartamentos, não obteriam amanhã cada um mais do que 10% dos votos, indicaram as pesquisas.

Hoje está em vigor a “jornada de reflexão”, que durará até o fechamento das urnas, no domingo às 19h (local, 16h em Brasília), quando é proibida a propaganda eleitoral.

Os quatro candidatos participaram ontem à noite do último debate na televisão pública “HTV”.

No programa, Josipoviæ foi o único candidato que condenou recentes declarações anti-sérvias de um sacerdote católico, dando mostras mais uma vez do caráter laico e conciliador pelo qual recebeu duras críticas durante a campanha, ao ponto de os conservadores qualificarem sua atitude de “ato de traição”.

A Igreja Católica, quase 90% da população na Croácia, deu aos eleitores recomendações que, sem mencionar nomes concretos, apontam claramente contra o agnóstico Josipoviæ e a favor de “um presidente patriótico”.

Apesar de o presidente não ter competência em política econômica, a crise econômica foi o principal tema de campanha, assim como o aumento da pobreza e a ascensão do desemprego até os 18%.

O atual presidente, com quem a Croácia entrou na União Europeia, insiste na descentralização, na diminuição do aparelho burocrático, na democratização do sistema político por meio da introdução de listas abertas e disposições mais rígidas para a proteção do entorno humano, entre outras propostas.

Josipoviæ é o terceiro presidente da Croácia, depois do “pai da nação”, o nacionalista Franjo Tudjman, e do europeísta Stjepan Mesic, que exerceram dois mandatos cada um. EFE

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