Crucificados de Itaipu acampam em frente ao Congresso paraguaio
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Assunção, 15 set (EFE).- Seis ex-funcionários da usina hidrelétrica de Itaipu e a esposa de um ex-empregado, crucificados há dois meses e meio em Assunção como protesto para exigir direitos trabalhistas, acamparam nesta terça-feira em frente ao Senado paraguaio, que deve receber a visita do diretor paraguaio da represa.
Com as cruzes sobre as costas, os manifestantes percorreram nesta terça-feira um trecho de três quilômetros desde a embaixada brasileira em Assunção, onde era feito o protesto, até a praça localizada em frente ao Congresso paraguaio.
No interior do Congresso, o diretor paraguaio da Itaipu, James Spalding, foi convocado pela Comissão de Direitos Humanos do Senado para responder às exigências dos ex-trabalhadores.
“Estamos otimistas que eles atendam nossas exigências, e queremos mostrar que estamos empenhados a seguir na luta pelos nossos direitos”, disse à Agência Efe Carlos González, porta-voz da Coordenadoria de Ex-trabalhadores de Itaipu.
A reivindicação foi apresentada em relação a benefícios trabalhistas por antiguidade, periculosidade, deslocamento e outros conceitos, que os trabalhadores do lado brasileiro da represa receberam, mas não os paraguaios, que reclamam há décadas.
“Vamos continuar insistindo, o que queremos é que Itaipu nos reconheça e leve nossa exigência em nível institucional para que possamos receber os benefícios”, acrescentou.
O representante insistiu que, se for evidenciada a falta de vontade do diretor paraguaio da usina, os ex-funcionários solicitarão uma audiência com o presidente do Paraguai, Horacio Cartes.
Os manifestantes são ex-trabalhadores e parentes de ex-funcionários da segunda maior hidrelétrica do mundo, Itaipu, compartilhada entre Brasil e Paraguai, que estão desde junho acampados em frente à embaixada do Brasil em Assunção.
Os manifestantes já tinham se instalado em frente à sede diplomática brasileira durante quase três meses no fim de 2014, quando cinco deles permaneceram crucificados por mais de 50 dias. O protesto foi abandonado em 29 de janeiro, após um pré-acordo com o governo.
No entanto, devido à falta de resposta às exigências nesse período, os manifestantes retomaram o acampamento em meados de junho e sete deles voltaram a se crucificar no mesmo local. EFE
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(foto)
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