Cruz Vermelha segue atendendo vítimas dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki

  • Por EFE
  • 06/08/2015 07h23

No total EFE Hiroshima Japão

Passados 70 anos desde os bombardeios atômicos sobre Hiroshima e Nagasaki, dois hospitais da Cruz Vermelha japonesa seguem atendendo milhares de pessoas que padecem com sequelas desses ataques.

Estes hospitais atenderam no ano passado 4.657 vítimas da explosão em Hiroshima e 6.030 da ocorrida em Nagasaki, informou nesta quinta-feira (06) a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) em comunicado.

Calcula-se que milhares dessas pessoas seguirão necessitando de atendimento por doenças vinculadas com a radiação nos próximos anos.

No total, os dois centros sanitários já hospitalizaram 2,6 milhões de pessoas por sequelas relacionadas com a radiação.

Em relação às dolências, desde sua abertura em 1956, 63% das mortes registradas no hospital de Hiroshima foram consequência de diferentes tipos de câncer.

No hospital de Nagasaki, que começou a funcionar em 1969, os falecidos por câncer representavam, até março de 2014, 56% do total.

Segundo a Cruz Vermelha, a incidência de leucemia entre os sobreviventes dos bombardeios foi entre quatro e cinco vezes maior que o das pessoas não expostas à radiação durante a primeira década, e diminuiu posteriormente.

Além disso, as crianças de menos de 10 anos que foram expostas à radiação em 1945 padeceram mais tarde de um tipo de leucemia (MDS) que normalmente se dá em pessoas de idade avançada e com um índice quatro vezes maior que o da média.

Além disso, as crianças sobreviventes experimentaram uma tendência a padecer de tipos de câncer desenvolvidos de forma separada, sintoma que a Cruz Vermelha atribui à exposição de todo o corpo à radiação no momento da explosão.

Por outro lado, os efeitos psicológicos dos bombardeios seguem afetando inclusive os sobreviventes que não tiveram sequelas físicas.

Alguns dos transtornos mais comuns incluem a instabilidade psicológica, a depressão e o estresse pós-traumático.

“Esta data nos lembra as consequências humanitárias indiscriminadas das armas nucleares”, afirmou Tadateru Konoé, presidente da Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha.

A Cruz Vermelha calcula que 200.000 vítimas dos bombardeios atômicos continuam vivas.

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