CSU quer obrigar estrangeiros a falarem alemão também em casa
Berlim, 7 dez (EFE).- A União Social-Cristã (CSU), aliada ao partido da chanceler alemã, Angela Merkel, debate esta semana uma proposta que pretende obrigar os estrangeiros a falarem alemão também em casa, algo que causou controvérsia social e política.
Segundo o documento divulgado neste domingo pelo jornal “Bild am Sonntag”, o partido, que participa do governo alemão com três ministros, argumenta que o idioma é fundamental para a integração e exige dos estrangeiros aprendizagem e uso.
“Quem quiser viver aqui de forma duradoura deve falar alemão tanto nos espaços públicos como em casa”, aponta o texto da conferência que a CSU debaterá em seu congresso anual.
O documento dos social-cristãos, que há um ano iniciou o debate sobre o “turismo social” dentro da União Europeia (UE) e que conseguiu uma sentença europeia para limitar os benefícios sociais para cidadãos comunitários, acrescentou que o manejo do idioma deve ser um requisito para obter ajudas públicas e melhores oportunidades de formação.
A conferência, explicou o secretário-geral da CSU, Andreas Scheuer, ao “Bild am Sonntag” está “bem preparada e conta com um amplo respaldo dentro do partido”, e não há nenhuma razão para modificá-la ou retirá-la.
As críticas choveram de quase todos os setores do espectro político, desde a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel e o Partido Social-Democrata (SPD), ambos parceiros da CSU no Executivo federal, à oposição.
O secretário-geral da CDU, Peter Tauber, acredita que não é função da política opinar sobre o idioma falado em casa, enquanto seu colega no SPD, Yasmin Fahimi, afirmou que a proposta é “completamente estúpida”.
Os Verdes, segundo seu co-presidente Cem Özdemir, criticam o “novo papel da CSU de polícia linguística”.
Cerca de 20% da população que vive na Alemanha tem um “contexto migratório”, segundo a denominação oficial, isto é, ou eles ou pais são de outro país. EFE
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