Cuba abre Feira de Turismo com desafio de atrair investimento estrangeiro

  • Por Agencia EFE
  • 06/05/2014 18h57

Havana, 6 mai (EFE).- Cuba abriu nesta terça-feira as portas de sua Feira Internacional de Turismo, a FITCuba 2014, tendo a França como país convidado e com o desafio de aproveitar as oportunidades da nova Lei de Investimento Estrangeiro para tornar mais competitivo um setor que constitui a segunda fonte de renda da ilha.

A fortaleza colonial de San Carlos de la Cabaña, na Baía de Havana, receberá até 10 de maio a 34ª edição da principal reunião de turismo em Cuba. O evento foi aberto pelo ministro da área da ilha, Manuel Marrero Cruz; a secretária de Estado de Comércio Exterior da França, Fleur Pellerin; e o secretário-geral da Organização Mundial de Turismo, Taleb Rifai.

A FITCuba 2014 começa poucas semanas depois da aprovação de uma nova lei de investimento estrangeiro que pretende atrair mais capital estrangeiro a um país imerso em reformas econômicas para “atualizar” seu sistema socialista, incluindo o setor turístico.

“Estamos trabalhando na implantação desta nova lei que, sem dúvida, melhorará a competitividade de Cuba na região do Caribe e também irá garantir a elevação da qualidade e diversificação da nossa oferta turística”, declarou o ministro de Turismo de Cuba na cerimônia de abertura do evento.

Marrero lembrou que a legislação, aprovada pela Assembleia Nacional cubana no final de março, quer atrair investidores estrangeiros por meio de novos incentivos fiscais e de uma nova política de trabalho que permitirá equiparar os salários dos contratados locais.

“O Ministério do Turismo está concluindo o processo de atualização das novas oportunidades de negócio às que serão incorporados estes incentivos e serão postas à disposição de todos os investidores estrangeiros interessados”, acrescentou.

O setor turístico cubano tem uma forte participação de investidores estrangeiros através de 26 empresas mistas que operam 15 hotéis com mais de 5.600 quartos. A esses números se somam as 17 gerências estrangeiras “de reconhecido prestígio” que administram 31 mil quartos distribuídos em 62 contratos de administração e comercialização.

Marrero não escondeu que a crise econômica internacional e os efeitos do embargo americano sobre a ilha afetaram às expectativas de desenvolvimento do setor, que em 2013 não chegou ao número de três milhões de visitantes estrangeiros como previam as autoridades. Embora 2014 também seja um ano marcado pela crise e os efeitos da globalização, neste ano, a chegada de turistas internacionais à ilha cresceu 5% com relação ao mesmo período do ano anterior.

De acordo com o ministro, Cuba continua avançando no desenvolvimento de investimentos em seu setor turístico com a construção de novas infraestruturas hoteleiras em diversos pontos da ilha que somarão 10 mil novos quartos a sua capacidade atual.

Ele também apostou na diversificação da oferta com o impulso de turismo de circuitos culturais e de natureza, de cruzeiros e empreendimentos imobiliários associados ao golfe.

Sobre este último grupo, recentemente foi formada uma empresa mista entre o grupo cubano Palmares e o britânico Essências para construir um complexo de golfe próximo a Varadero. O local contará com um campo de 18 buracos, um hotel boutique com 80 quartos e 951 “unidades imobiliárias”, entre outros serviços.

Com as reformas impulsionadas pelo presidente Raúl Castro foram abertos no setor turístico formas de gestão não estatal que propiciaram a criação de mais de dois mil restaurantes privados na ilha e uma oferta de mais de 7.200 quartos em alojamentos particulares.

“Continuaremos avançando no desenvolvimento do turismo não estatal”, garantiu Marrero que destacou a qualidade dos serviços turísticos que os negócios particulares prestam.

Além de ter à França como convidado de honra, com de dez stands na feira, a FITCuba dedica esta edição a promover a cidade de Havana como o destino “mais completo do país” por suas possibilidades de acolher tanto o turismo convencional, quanto o de eventos, negócios e cruzeiros.

O turismo internacional deixou em Cuba receita de US$1,8 bilhão em 2013, a maior parte em alojamentos e gastronomia, segundo dados oficiais. Cuba recebeu no ano passado a visita de 2.851.000 de turistas estrangeiros e, embora não tenha conseguido alcançar sua previsão de três milhões de viajantes, registrou um modesto crescimento de 0,5%.

O Canadá é o principal país emissor de turistas à ilha, com mais de um milhão de viajantes no ano passado, seguido do Reino Unido e Alemanha. França, Argentina, Itália, México, Espanha, Rússia e Venezuela, nesta ordem, são os outros países que mais enviaram turistas à ilha em 2013. EFE

sam/cdr

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