Cuba comemora Natal reconciliada com os EUA e sem grandes festejos
Havana, 24 dez (EFE).- A primeira véspera de Natal que os cubanos passam reconciliados com os Estados Unidos transcorre neste quarta-feira com absoluta normalidade, sem muitos símbolos natalinos pelas ruas e com a euforia inicial pela notícia do restabelecimento das relações com o antigo inimigo já dissipada.
Exatamente uma semana depois do histórico anúncio da normalização de relações entre os EUA e a ilha, rompidas desde 1961, os cubanos já assimilaram o acontecimento e o encaram com cautela e prudência, sentimentos que substituíram a alegria inicial.
“Veremos o que acontece, aqui não vimos nada novo. Não sabemos nada e seguimos igual”, disse à Agência Efe Dayani, uma havanesa que se encontrava em uma movimentada rua do centro histórico da capital comprando presentes para sua família.
Para Yoandry, um ciclista-taxista que passeava com um gorro de Papai Noel, um dos poucos sinais natalino vistos hoje por Havana, a notícia do acordo com os Estados Unidos é “muito boa”, mas é preciso esperar pra ver “qual é o projeto que têm” neste novo cenário tanto o presidente americano Barack Obama como o governo cubano.
A noite do dia 24 de dezembro não é exatamente popular entre os cubanos, que dão mais importância aos festejos do Ano Novo.
O dia 1º de janeiro coincide ainda com o aniversário do triunfo da revolução liderada em 1959 por Fidel Castro, que até o momento não se pronunciou sobre o novo rumo das relações entre Cuba e EUA.
Suspensa como festividade em 1969, foi apenas em dezembro de 1997, um mês antes da histórica visita à ilha do papa João Paulo II, que o dia 25 de dezembro foi restabelecido como feriado.
Dois anos depois, a festividade tornou-se oficial e permanente no calendário e foi se estendendo por Cuba, embora muitas famílias tenham mantido essa tradição de forma discreta durante os 28 anos que esteve suspensa.
Desde meados dos anos 90, foi sendo assimilado também o costume da árvore do Natal, que já pode ser encontrada com facilidade nas lojas, onde, no entanto, não se vendem presépios.
Também são realizadas em distintas igrejas católicas a tradicional Missa do Galo, que no caso da Catedral de Havana é oficiada pelo cardeal Jaime Ortega. EFE
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