Cuba confirma presença de Raúl Castro na Assembleia Geral da ONU

  • Por Agencia EFE
  • 16/09/2015 20h08
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Havana, 16 set (EFE).- O governo de Cuba confirmou nesta quarta-feira a presença do presidente Raúl Castro aos eventos da próxima Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em Nova York, que também contará com a participação do líder americano, Barack Obama, com o qual “haverá interações” apesar de não haver uma reunião bilateral agendada.

Raúl Castro discursará na manhã do dia 26 na cúpula sobre a agenda de desenvolvimento pós-2015 e, no dia 28, no debate da Assembleia Geral da ONU, segundo confirmou à imprensa o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.

Além disso, Castro comparecerá à sessão da Assembleia Geral do dia 25 de setembro, que contará com o discurso do papa Francisco, três dias após sua visita oficial a Cuba, entre os dias 19 e 22.

O presidente cubano deve também assistir no dia 27 a uma conferência sobre empoderamento e igualdade da mulher, “aspectos que são de altíssima prioridade para a sociedade”, segundo disse Rodríguez em entrevista coletiva na qual foi apresentado o relatório anual de Cuba sobre o impacto do bloqueio, base da resolução submetida a votação na Assembleia Geral da ONU.

Durante a presença aos eventos das Nações Unidas em Nova York, pela primeira vez como presidente de Cuba, Castro “cumprirá um amplo programa de caráter multilateral”, fará “vários encontros bilaterais” com chefes de Estado e de governo, além de reuniões com diversos setores da sociedade americana, incluindo representantes dos grupos de solidariedade com Cuba e da emigração cubana.

A presença inédita de Castro nessas reuniões da ONU coincidem com as comemorações do 70º aniversário da organização, “que deve ser defendida dos ataques, manipulações e tentativas de distorção de seus objetivos”, argumentou Rodríguez.

O chanceler considerou que a ONU precisa de uma “profunda reforma” para democratizá-la e para que a Assembleia Geral possa exercer as funções que a Carta das Nações Unidas outorga e conter a “ingerência e voracidade” do Conselho de Segurança, órgão executivo da ONU formado por apenas 15 países, cinco deles com assento permanente e direito a veto.

Segundo Rodríguez, é preciso modificar o Conselho de Segurança em sua “pouca representação” dos países do Hemisfério Sul e em “seus métodos nada democráticos, incluindo a necessidade da eliminação do privilégio obsoleto do veto” ostentado por Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China.

“É necessário renovar o conceito da Carta das Nações Unidas, já que seus propósitos e princípios têm absoluta vigência e constituem o marco essencial de direito internacional que podem garantir a convivência pacífica em prol do desenvolvimento de todos e do exercício dos direitos humanos”, ressaltou.

O chanceler cubano também expôs as posições de Cuba em relação aos debates que se desenvolverão na ONU sobre o projeto da agenda pós-2015, que contém “metas indispensáveis e inevitáveis dada a situação econômica e social do mundo”.

No entanto, expressou a preocupação da ilha pela “insuficiente correspondência” entre os propósitos da agenda e os meios de implementação, resultado de um ordem internacional “inequitante, injusta e excludente”, e destacou a necessidade que a agenda seja viável e não uma “mera declaração de intenções”.

“Somos vítimas de uma ordem econômica predadora que saqueia os recursos naturais e as riquezas dos países do sul. A verdade é que falta vontade política dos governos dos países industrializados para executar ações urgentes e indispensáveis que permitam avançar em matéria de desenvolvimento social”, afirmou o chanceler. EFE

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