Cuba confirma que aviões dos EUA atravessaram seu território com autorização

Havana, 5 set (EFE).- O governo de Cuba confirmou nesta sexta-feira que o pequeno avião americano que caiu no litoral da Jamaica hoje e a aeronave do serviço de guarda-costeira dos Estados Unidos que a acompanhava atravessaram o território da ilha com autorização.

Um comunicado oficial divulgado pela televisão estatal da ilha informou que as autoridades aeronáuticas dos EUA solicitaram as de Cuba permissão para voar no espaço aéreo cubano em acompanhamento ao pequeno avião que tinha saído da rota, o que foi “concedido, incluindo aeronaves militares se fosse necessário”.

“Tanto a aeronave acidentada como o avião C-130 do serviço de guarda-costeira dos Estados Unidos atravessaram o território nacional”, precisou.

A nota assinalou que durante toda a trajetória da aeronave em emergência, desde que foi detectada pelos radares cubanos “aumentaram todas as medidas de controle” do sistema de vigilância nas regiões central e oeste da ilha.

A informação foi transmitida pelo Departamento de Estado dos EUA ao Escritório de Interesses de Cuba em Washington e ao Escritório de Interesses dos Estados Unidos em Havana ao Ministério das Relações Exteriores da ilha.

Cuba, por sua vez, informou ao Departamento de Estado americano que “tem meios de busca e salvamento prontos para prestar auxílio se necessário”.

“Durante todo o tempo mantivemos a comunicação com as autoridades norte-americanas, que foram informadas de cada uma das medidas tomadas em relação a este fato”, agregaram.

Quando a aeronave desapareceu dos radares, as autoridades da Jamaica, onde o avião caiu, assumiriam os trabalhos de busca e salvamento das prováveis vítimas.

As autoridades jamaicanas informaram que acharam em frente a costa de Puerto Antonio os destroços do pequeno avião, depois de voar por horas no piloto automático com o casal que viajava a bordo inconsciente por falta de oxigênio na cabine.

O pequeno avião tinha partido às 9h30 (local) de Nova York para Naples, na Flórida, e as autoridades americanas se alarmaram por ele não ter aterrissado no aeroporto previsto, mas continuou o voo, sem que os ocupantes atendessem as chamadas por rádio.

Cuba e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1960, um ano depois da Revolução liderada por Fidel Castro, embora nos anos 70 tenham sido instalado nas capitais dos dois países escritórios de interesses. EFE