Cuba e Brasil consolidam relação com inauguração do porto de Mariel

  • Por Agencia EFE
  • 27/01/2014 18h48
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Dilma e o presidente cubano Raúl Castro participam de cerimônia de inauguração de porto.

EFE Dilma e Raul Castro inauguram proto

Cuba e Brasil consolidaram nesta segunda-feira sua parceria econômica com a inauguração da primeira fase do porto do Mariel, uma milionária obra conjunta iniciada em 2011 que se transformará no centro da primeira Zona Especial de Desenvolvimento (ZEDM) criada na ilha.

A presidente Dilma Rousseff e o presidente de Cuba, Raúl Castro, protagonizaram a cerimônia de inauguração do Terminal de Contêineres (TC) “Porta para as Américas” do Mariel, a cerca de 45 quilômetros de Havana.

O ato contou com a presença dos presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro; Bolívia, Evo Morales, e Haiti, Michel Martelly.

“Laços profundos unem os nossos países, um sentimento de amizade aproxima nossas sociedades. O Brasil acredita e aposta no potencial humano e econômico de Cuba”, afirmou Dilma em discurso que estimulou o aumento das trocas bilaterais.

Dilma disse que o Brasil “O Brasil quer tornar-se parceiro econômico de primeira ordem para Cuba”, por haver “grandes possibilidades de desenvolvimento industrial conjunto”, principalmente nos setores de medicamentos e equipes de saúde.

Por enquanto, a abertura da TC Mariel se transformou na mais ambiciosa concretização dos planos de Brasília e Havana, com um investimento total previsto de US$ 957 milhões, em que mais de dois terços (US$ 682 milhões) financiados pelos Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Dilma adiantou que o país financiará US$ 290 milhões para uma segunda etapa da obra, executada pela Odebrecht.

O diretor presidente da companhia, Marcelo Odebrecht, estava hoje entre os empresários, investidores e funcionários convidados para a inauguração.

Já o presidente cubano, Raúl Castro, enfatizou em seu discurso que o porto do Mariel será a principal porta de “entrada e saída” do comércio exterior cubano e se transformará em uma “plataforma logística” de importância regional por causa de sua localização geográfica.

“Esta terminal de contêineres e a poderosa infraestrutura que a acompanha são uma amostra concreta do otimismo e da confiança com que os cubanos olham para o futuro socialista e próspero da pátria”, indicou Castro.

O terminal de contêineres da ZEDM será administrado pela companhia PSA International de Cingapura, e espera se consolidare em convergência com a expansão do canal do Panamá.

O diretor-geral do terminal, Charles Baker, disse hoje a jornalistas que usarão o sistema operacional da PSA na Ásia, e que o calado 18 metros do porto “fará inveja” aos concorrentes.

A conclusão da primeira fase inclui um píer linear de 702 metros equipado com quatro guindastes “super post-panamax” e 1.140 tomas para contêineres refrigerados.

No total a obra deve ter um píer de 2.400 metros e 128 hectares para armazenar contêineres.

O diretor de operações de TC Mariel, Marcelo Patat, destacou que o terminal já está “plenamente operacional” e iniciou seus trabalhos ontem com uma embarcação da linha Crowley vinda dos EUA com uma carga de frango.

“Paulatinamente vão se transferir para Mariel todas as linhas marinhas que operam em Havana”, acrescentou Patat.

Segundo Dilma, várias empresas brasileiras já manifestaram interesse de se instalar na ZEDM, e o governo pretende estimular isso organizando uma “missão empresarial” à ilha.

Essa Zona Especial de Desenvolvimento em torno de Mariel é a primeira que criada na ilha como parte das reformas econômicas de Raúl Castro para “atualizar” o modelo socialista de Cuba, e busca a vocação de se transformar em um motor para a deprimida economia da ilha com a atração de capitais estrangeiros.

Dilma ressaltou 2013 como um ano “muito especial” para a parceria entre o país e Cuba, e agradeceu efusivamente ao governo cubano pela contribuição ao programa de saúde “Mais Médicos” com o envio de profissionais.

O acordo bilateral permitiu a chegada ao Brasil até agora de 5.400 médicos cubanos para trabalhar em áreas isoladas e pobres.

Esta segunda-feira a agenda de Dilma incluiu conversas oficiais com Castro, no Palácio da Revolução de Havana, e amanhã a cúpula presidencial da Celac.

O Brasil é o segundo parceiro comercial latino-americano de Cuba, depois da Venezuela, com uma troca de US$ 624,79 milhões em 2013 e está entre os primeiros cinco em nível mundial, de acordo com fontes oficiais. 

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