Cuba e EUA iniciam reunião para definir passos da normalização de relações

  • Por Agencia EFE
  • 22/01/2015 13h11

Havana, 22 jan (EFE).- Cuba e Estados Unidos iniciaram nesta quarta-feira sua primeira reunião para definir os passos do processo de normalização das relações diplomáticas que inclui a reabertura de embaixadas em Washington e Havana.

Estas negociações serão lideradas pela diretora para os EUA do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Josefina Vidal; e pela secretária de Estado adjunta para a América Latina, Roberta Jacobson, a funcionária americana de mais alto nível que visita Cuba em décadas.

As delegações dos dois países já mantiveram contatos ontem, conversas centradas no diálogo migratório, o principal fórum de intercâmbios oficiais que os países mantinham antes do anúncio do restabelecimento das relações em 17 de dezembro.

Mas hoje será o primeiro dia que começarão a tratar assuntos políticos e diplomáticos, com a reabertura de suas respectivas legações, fechadas em 1961 quando os países romperam suas relações, como um dos assuntos prioritários.

Nesta discussão os Estados Unidos querem tratar as questões “técnicas e logísticas” para a reabertura, como a eliminação dos limites ao pessoal diplomático americano, as restrições ao movimento de membros da missão e as dificuldades para receber envios do exterior.

Até agora, os diplomatas americanos têm que pedir permissão se querem sair da capital cubana, igual aos diplomatas cubanos em Washington.

Já Cuba defende que o restabelecimento de relações deve se basear nos princípios do direito internacional, no respeito recíproco ao sistema político e econômico de cada um dos países e em evitar qualquer tipo de ingerência em assuntos internos.

É previsível que a ilha também peça aos Estados Unidos que a exclua da lista de países patrocinadores do terrorismo, onde está desde 1982, como um dos primeiros passos para avançar no degelo diplomático.

O próprio presidente americano, Barack Obama, pediu ao seu secretário de Estado, John Kerry, que revise a inclusão da ilha nessa lista, e essa reivindicação pode se materializar em breve.

O diálogo entre os dois países inaugurado ontem se desenvolveu em um “clima de respeito e diálogo construtivo”, afirmaram ambas as partes, mas foram mantidas algumas das velhas divergências que os dois países mantêm há anos sobre as políticas migratórias que os Estados Unidos aplica a Cuba.

Havana reiterou o pedido de revogação da Lei de Ajuste Cubano, vigente desde 1966, que privilegia os cubanos que chegam aos Estados Unidos com o direito a residência um ano depois; e também do fim da política de “pés secos – pés molhados”, que permite que fiquem legalmente no país os que chegam em terra enquanto os cubanos interceptados no mar são devolvidos à ilha. EFE

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