Cuba levará aos EUA propostas para reabertura de embaixadas
Havana, 25 fev (EFE).- Cuba chegará à segunda rodada de diálogo com os Estados Unidos com propostas concretas para debater sobre direitos humanos e espera a retirada da ilha da lista de países patrocinadores do terrorismo e a solução aos problemas bancários de sua missão em Washington para poder abrir embaixadas.
A delegação cubana condiciona estas duas questões à abertura das respectivas embaixadas antes da Cúpula das Américas, que será realizada no Panamá nos dias 10 e 11 de abril, afirmou nesta quarta-feira o subdiretor-geral dos EUA do Ministério das Relações Exteriores cubano, Gustavo Machín, segundo meios de comunicação locais.
Segundo Machín, o procedimento é “aparentemente simples”, mediante o qual o presidente Barack Obama informa ao Congresso de sua decisão de retirar Cuba da lista, e o órgão legislativo tem 45 dias para expressar sua opinião, embora essa câmara não tenha possibilidade de “reverter a proposta”.
Machín, o “número dois” da equipe que negocia com os EUA, assinalou que a ilha chega à segunda rodada, que acontecerá no dia 27 de fevereiro em Washington, com “espírito construtivo” e confia em “receber respostas” a estes assuntos colocados durante a primeira rodada.
“São importantes para a criação do contexto apropriado para o restabelecimento de relações diplomáticas e a abertura de embaixadas dos dois países”, ressaltou.
Segundo Machín, Cuba insistirá que a reabertura de legações deverá ser feita com base na convenção de Viena sobre relações diplomáticas e consulares, e em que o comportamento do pessoal diplomático deverá basear-se no “respeito às leis nacionais e na não-intervenção nos assuntos internos do Estado”.
Machín destacou que os Estados Unidos aceitaram a proposta da delegação cubana, de julho de 2014 e reiterada em janeiro agora, de sustentar um diálogo sobre direitos humanos, um dos assuntos mais delicados nas conversas entre os países.
“Mostramos satisfação porque o Departamento de Estado aceitou nossa proposta de sustentar este diálogo sobre direitos humanos e a delegação que viajará para Washington leva uma proposta para a concretização deste diálogo bilateral sobre bases de igualdade e respeito”, acrescentou.
No dia 17 de dezembro do ano passado, os presidentes de Cuba, Raúl Castro, e dos Estados Unidos, Barack Obama, revelaram sua decisão de iniciar um processo para normalizar suas relações diplomáticas, rompidas em 1961.
Com esse fim, em 22 de janeiro deste ano, delegações de Cuba e Estados Unidos realizaram um primeiro encontro em Havana, do qual não saíram decisões concretas, mas que transcorreu em um ambiente “construtivo” e de “respeito”, segundo ambas partes. EFE
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