Cúpulas ibero-americanas consolidaram a integração e a cooperação na região

  • Por Agencia EFE
  • 03/12/2014 19h32
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Redação Central, 3 dez (EFE).- As cúpulas ibero-americanas, que a partir da que será realizada em Veracruz (México) nos próximos dias 8 e 9, mudarão sua periodicidade para bienal, serviram para garantir a integração e cooperação ao longo de suas 23 edições.

A criação das cúpulas teve seu ponto de partida em julho de 1990, quando o rei Juan Carlos anunciou que convidaria todos os presidentes latino-americanos e o de Portugal para um encontro para iniciar o fortalecimento permanente das relações ibero-americanas no emblemático ano de 1992.

Nesse ano, a Espanha recebeu outros dois eventos de âmbito mundial: os Jogos Olímpicos de Barcelona e a Exposição Universal de Sevilha, ambos coincidentes com o quinto centenário do descobrimento da América.

Após os contatos diplomáticos, foi decidido que a primeira edição aconteceria em Guadalajara (México) em 1991. Esta cúpula, realizada entre os dias 18 e 19 de julho, foi a única das 23 edições da qual participaram os 21 chefes de Estado da região.

Desde o início, os membros do grupo apoiaram os processos de integração e a intensificação da cooperação ibero-americana, espírito que permanece vigente até hoje.

Foi criado um fundo ibero-americano para o desenvolvimento dos povos indígenas, cujo programa de atuação foi ratificado em Sevilha, em 1992, na primeira das três cúpulas realizadas na Espanha, junto com Salamanca, em 2005, e a de Cádiz, em 2012.

Desde seu nascimento, a organização do evento esteve capitaneada por uma “trinca”, que foi ampliada para cinco membros em 1992, abrindo passagem, seis anos mais tarde, para a criação da Secretaria de Cooperação Ibero-Americana (Secib), primeiro órgão de acompanhamento dos acordos adotados.

Em 2005, esta se transformou na Secretaria Geral Ibero-Americana (Segib), que foi dirigida pelo uruguaio Enrique Iglesias até este ano, quando foi substituído pela costa-riquenha Rebeca Grynspan.

Nas 23 cúpulas realizadas, foram iniciados diversos processos de caráter político, econômico e social.

Concretamente, desde os primeiros anos, foi mostrada a preocupação pelo protecionismo comercial, houve apostas no livre-comércio e na promoção de investimentos na América Latina.

Desde 2002, pediu-se a redução dos subsídios, entre eles os agrícolas, pois distorciam o comércio, e foi solicitado ao sistema financeiro internacional para que facilitase as ajudas ao desenvolvimento dos países mais pobres e flexibilizasse o pagamento da dívida.

No plano social, de uma forma ou de outra, sempre esteve presente a redução da pobreza, para favorecer as gerações futuras.

Foram empreendidos ainda vários projetos de cooperação universitária, escolarização infantil e de alfabetização de adultos, para melhorar também os direitos dos menores.

Na Cúpula de Bariloche (Argentina) de 1995, a comunidade ibero-americana se pronunciou contra o embargo a Cuba e, na seguinte, em Viña del Mar (Chile), em 1996, e nas posteriores, foi feita uma aposta no modelo democrático, com pluripartidarismo político, no respeito às liberdades fundamentais e aos direitos humanos, na cooperação e na convivência pacífica.

Para redobrar a aposta na democracia, em 2010 foi aprovada a “cláusula democrática”, que prevê a suspensão dos países que violarem a institucionalidade democrática e o mecanismo de reingresso.

Em Cádiz (Espanha), em 2012, começou-se a trabalhar para que a cúpula passasse a ser realizada a cada dois anos, decisão ratificada no ano seguinte no Panamá e aplicada a partir deste ano, de modo que a próxima reunião acontecerá em 2016.

Além disso, a resolução de conflitos internos ou entre países da região tiveram espaço nos diferentes comunicados especiais que em cada cúpula complementam a Declaração dos Chefes de Estado. EFE

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