Cura da Catedral da Sé diz que pichação pró-aborto em muro da igreja é “lamentável”

  • Por Jovem Pan
  • 01/11/2015 10h21
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SÃO PAULO,SP, 31.2015 – VANDALISMO-SP - Catedral da Sé amanhece pixada com palavras a favor do aborto e contra o deputado Cunha, após protesto realizado por feministas na noite de ontem (30) em São Paulo. (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Folhapress) Cris Faga/Fox Press Photo/Folhapress Catedral da Sé amanhece pixada com palavras a favor do aborto e contra o deputado Cunha

Paredes de um dos ícones da cidade de São Paulo, a Catedral da Sé, amanheceram pichadas neste sábado (31), após manifestação de grupos feministas pró-aborto na sexta.

Ato foi em repúdio a um projeto de Lei (PL 5.069/2013) de autoria de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que dificulta o aborto legal para vítimas de estupro. A proposta permite a interrupção da gravidez perante à comprovação de um exame de corpo de delito e um comunicado à autoridade policial.

Além de muitos símbolos do feminismo e do anarquismo, algumas das frases pintadas na famosa igreja da Sé foram: “se o papa fosse mulher o aborto seria legal”, “Cunha não”, “tire seus rosários de meus ovários”, “útero livre”, e outras, com palavras de baixo calão.

O Padre Luiz Eduardo Baronto, cura da Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção de São Paulo, ou simplesmente Catedral da Sé, falou sobre com exclusividade à Jovem Pan que encontrou as pichações quando se dirigiu à igreja no sábado.

“A Igreja sempre expôs o seu pensamento nos seus documentos, na sua palavra, nunca nos manifestamos de forma agressiva”, disse o padre. “É lamentável que justamente quem pensa diferente e está reivindicando um espaço democrático de expressão termine depois agredindo o pensamento do outro e, não só isso, mas ultrapassando os limites, basicamente depredando o patrimônio que pertence à Igreja e à sociedade paulistana”, continuou Baronto.

O padre ressalta que a Igreja “não vai recuar na maneira que ela encara a questão do aborto”. Mas garante que a instituição “sempre se posicionou a favor da liberdade de expressão”. “Independente daquilo que ela (a Igreja Católica) pensa, proclama, moralmente acredita sendo o melhor, ela respeita quem pensa diferente”, afirmou.

Outro lado

À Agência Estado, uma das organizadoras do protesto, a programadora cultural Jaqueline Vasconcellos disse que o ato “não representa o pensamento da manifestação”. “Mas entendemos e nos solidarizamos com as mulheres que se manifestaram contra a instituição. Entendemos que a Igreja Católica é um instrumento do patriarcado”, afirmou. Jaqueline disse, porém, que não é “contra nenhuma religião”.

Um boletim de ocorrência foi registrado no 8.º Distrito Policial (Brás) no fim da tarde de ontem. Até as 20h50 de ontem, ainda não havia informações sobre a identificação de autores das pichações nem prisões, informa ainda o jornal.

Com informações do repórter JP Anderson Costa

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