Curdos se preparam para recuperar duas cidades do Iraque dos jihadistas

  • Por Agencia EFE
  • 05/08/2014 16h26
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Mossul/Bagdá, 5 ago (EFE).- As forças curdas, também denominada peshmergas, estão se mobilizando para recuperar várias áreas do norte do Iraque, especialmente Sinjar e Mossul, em uma tentativa de dar um golpe nos radicais do grupo Estado Islâmico (EI).

“As tropas curdas não se deterão até expulsar o EI de Sinjar”, prometeu à Agência Efe um alto responsável dos peshmergas, o general Abdel-Rahman Kurini, que assegurou que têm 20 mil soldados preparados para retomar essas áreas.

Moradores de Sinjar disseram à Efe que as forças curdas não tinham entrado ainda na cidade, em contraposição ao afirmado previamente por um porta-voz do Ministério dos Peshmergas, o general Halkured Hikmat, que no site do Partido Democrático do Curdistão (KDP) informou da entrada de suas tropas nessa cidade e na maioria dos povoados vizinhos.

Kurini detalhou que os peshmergas estão esperando a ordem do presidente da região autônoma do Curdistão, Massoud Barzani, para lançar uma forte ofensiva que lhes permita recuperar os citados territórios.

Por sua parte, um porta-voz do KDP, Said Memuzini, revelou que “o EI tentou controlar a represa de Mossul, cerca de 400 quilômetros ao norte de Bagdá, mas as forças curdas o fizeram retroceder e fugir”.

Além disso, Memuzini indicou que 250 combatentes do Estado Islâmico morreram nas últimas horas em combates tanto em Sinjar como nas áreas próximas de Kukyalil, Wan e Zumar, embora esta informação não possa ter sido verificada de maneira independente.

No último dia 10 de junho, o EI tomou o controle de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, situada no norte do país, e desde então continuou com seu avanço rumo a outras regiões, entre elas Sinjar, o que lhes aproxima da última passagem fronteiriça com a Síria que lhes falta dominar.

O EI tem em seu poder grandes zonas do norte da Síria e do Iraque, onde declarou um “califado” no final de junho, aplicando uma interpretação radical do islã.

Para evitar sua expansão, o primeiro-ministro, o xiita Nouri al-Maliki, anunciou ontem que as forças aéreas iraquianas apoiarão os peshmergas para recuperar os territórios ocupados pelos radicais sunitas liderados pelo EI, apesar das tensões com as autoridades curdas nos últimos meses.

Ao tomar o controle de Sinjar há dois dias, o EI desencadeou uma crise humanitária que foi denunciada pela ONU, já que os moradores da cidade tiveram que fugir às montanhas dos arredores e ainda permanecem ali.

Calcula-se que 200.000 civis se encontram deslocados, a maioria curdos pertencentes à comunidade religiosa yazidi.

Deles, mais de 80 mil yazidies necessitam de “ajuda urgente devido às circunstâncias trágicas nas quais sobrevivem”, denunciou Dia Butrus, presidente de uma ONG independente de direitos humanos.

O ativista assegurou que estão provocando um “dano considerável” a muitas famílias, principalmente pela ausência de alimentos e água potável e pelas altas temperaturas.

Butrus pediu às autoridades iraquianas que emprestem helicópteros da aviação militar para transportar material e água aos afetados.

Segundo a fonte, 72 menores e um idoso morreram por falta de água e mais de 10 mil pessoas deslocadas aos montes de Sinjar precisam de “ajuda de emergência”.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) reduziu o número de mortos a 40 menores yazidies, mas ressaltou sua preocupação pela morte de crianças “como consequência da violência, o deslocamento e a desidratação nos últimos dois dias”.

O representante do Unicef no país, Marzio Babille, declarou que 25 mil menores estão presos atualmente nas montanhas de Sinjar, motivo pelo qual pediu que as crianças possam se refugiar em lugares seguros de acordo com o direito internacional humanitário. EFE

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