Curiosity encontra rochas similares às da crosta terrestre em Marte

  • Por Agencia EFE
  • 13/07/2015 14h46

Madri, 13 jul (EFE).- Rochas ricas em sílica similares às da crosta continental mais antiga da Terra estavam espalhadas no local onde o veículo Curiosity da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, aterrissou em Marte, diz um estudo publicado nesta segunda-feira pela revista “Nature Geoscience”.

Esta descoberta é mais uma que traz indícios de que Marte pode ter sido no passado muito mais parecida com a Terra do que se pensava.

O Curiosity atravessou a região da cratera Gale, que foi formada há cerca de 3,6 bilhões de anos, onde descobriu rochas de cor clara, que contrastavam com as de composição basáltica que tinha localizado em regiões mais jovens.

Os cientistas acreditavam que a crosta continental, que é menos densa e de composição diferente da que fica sob os oceanos, era somente encontrada na Terra e foi formada pelo complexo processo magmático possivelmente relacionado com a aparição das placas tectônicas.

No caso da crosta marciana, os especialistas acreditavam que esta não tinha sido submetida a esse processo magmático e, portanto, deveria ser majoritariamente formada de basalto, mas as últimas missões descobriram a existência isolada de materiais ricos em sílica.

Uma equipe internacional analisou os dados geoquímicos de mais de 22 rochas examinadas pelo instrumento ChemCam do robô Curiosity na medida em que esse veículo atravessava um terreno antigo próximo da cratera Gale.

Os especialistas, liderados pela geóloga Violaine Sautter do Museu de História Natural da França, descobriram que a rochas de cor clara são ricas em sílica e têm composições diversas.

Algumas dessas rochas são formadas por materiais similares aos de partes mais antigas da crosta continental da Terra que foram conservadas.

Os pesquisadores sugerem que as rochas de cor clara e ricas em sílica podem ser partes de uma antiga crosta marciana similar à primeira crosta continental que existiu na Terra, mas ressaltaram que são necessários novos dados para confirmar essa hipótese. EFE

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