David Arthur Granger toma posse como oitavo presidente da Guiana

  • Por Agencia EFE
  • 16/05/2015 20h43

Georgetown, 16 mai (EFE).- David Arthur Granger, um militar retirado de 69 anos, tomou posse neste sábado como oitavo chefe de Estado da Guiana, um país que estava há 22 anos sob o governo do mesmo partido, até a vitória nas eleições da segunda-feira passada de uma coalizão de duas legendas opositoras.

Na posse, Granger prometeu favorecer um governo de inclusão e pediu a seu antecessor, Donald Ramotar, que reconheça sua derrota e faça parte deste “movimento de união nacional”.

Segundo os resultados definitivos das eleições realizadas em 11 de maio, e divulgados hoje pela Comissão de Eleições da Guiana (GECOM), a coalizão composta pela Aliança pela Mudança (AFC, na sigla em inglês) e a Aliança para a União Nacional (APNU) recebeu 207.200 votos, frente aos 202.694 do Partido Progressista do Povo (PPP).

Com o resultado, a coalizão vencedora controlará 33 das 65 cadeiras do parlamento da Guiana, enquanto as 32 restantes serão do PPP.

Ramotar, já ex-presidente da Guiana, segue alegando que no processo de compilação e apuração de votos houve irregularidades que provocaram sua derrota. Seu partido chegou inclusive a pedir uma contagem, mas a solicitação foi negada.

Perante milhares de guianeses, a comunidade diplomática e líderes religiosos que se reuniram perante o parlamento, Granger prometeu hoje se transformar em “um presidente para todo o povo”.

O veterano retirado, que se formou no Brasil, na Grã-Bretanha e na Nigéria, baseou sua campanha em prometer mais segurança nas ruas e uma luta mais contundente contra o tráfico de drogas e de pessoas.

Hoje Granger reconheceu que o país terá que “enfrentar a crua realidade do desemprego, da pobreza e outros males”, mas descreveu a Guiana como “o melhor, maior e mais generoso país do Caribe” e assegurou que há boas razões para alegrar-se, entre elas, a mais recente “demonstração de saúde democrática”.

Por sua vez, os demais legisladores eleitos tomarão posse de seus cargos no próximo 26 de maio, dia da Independência da Guiana.

O governo dos Estados Unidos felicitou Granger hoje em comunicado, no qual expressou sua esperança que o novo líder trabalhará para reparar as divisões na sociedade guianesa que surgiram durante o período eleitoral.

“Os EUA se comprometem a trabalhar em parceria com o novo governo neste sentido”, acrescentou o comunicado, que expressou também seu agradecimento ao presidente em fim de mandato e seu governo por seu serviço ao povo da Guiana e pelas conquistas obtidas no desenvolvimento socioeconômico do país.

Por sua parte, Ramotar disse em discurso transmitido pela televisão estatal que o PPP está “decepcionado, ferido e ofendido pelos resultados” e instou seus correligionários “a manter a calma perante a provocação do triunfalismo”.

“Devemos estar orgulhosos de nosso compromisso contínuo e dos esforços incessantes para preservar a democracia. Também devemos estar orgulhosos de nosso histórico de êxito na recuperação de nossa economia e da espetacular transformação de nosso país nestes difíceis anos de luta”, acrescentou.

“Meu partido está convencido que uma recontagem teria demonstrado, acima de qualquer sombra de dúvida, que o PPP teria vencido”, disse o ex-presidente, após assegurar que seu partido político abandona o poder “não pela vontade de nosso povo, mas pelas manipulações eleitorais”.

Por fim, Ramotar reivindicou ao novo governo que assuma “a responsabilidade urgente de preservar a paz, o respeito de todos os cidadãos sem distinção de raça, cor ou credo, e a proteção de todos os guianeses, independentemente de sua afiliação política”. EFE

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