David Uip defende antecipar vacinação contra gripe devido à alta em casos

  • Por Jovem Pan
  • 26/03/2016 14h26
O governador Geraldo Alckmin durante anúncio da publicação do edital das Parcerias Público-Privadas (PPP) para a construção de três hospitais, um em São José dos Campos, um em Sorocaba e um na capital, o Pérola Byington Nova Luz. DATA: 09/10/2013 LOCAL: São Paulo/SP FOTO: EDSON LOPES JR/A2 FOTOGRAFIA Divulgação/Arquivo Agência Assembleia (Arquivo Agência Assembleia) David Uip

Os casos de gripe no País chegaram três antes que o esperado pelo Ministério da Saúde e, com isso, a vacina que combate o vírus H1N1 só estará disponível nas redes particulares no início de abril. Em entrevista à Jovem Pan, o secretário de Saúde de São Paulo, David Uip, afirmou que hoje o “Estado se prepara para o que der e vier” e que a disponibilidade da vacina deveria ser antecipada para municípios que sofrem mais com a doença.

Na próxima segunda-feira (28), o secretário estadual e o ministro da Saúde, Marcelo Castro, se reunirão para discutir um possível adiantamento na disponibilização de vacinas contra a gripe. As clínicas privadas não dão conta da necessidade da população, destacou David Uip.

O Instituto Butantã, que produz e distribui as vacinas para o Ministério da Saúde, possui cerca de 20 milhões de doses em estoque. Questionado sobre a alternativa de disponibilizar antes, o secretário ressaltou: “é essa a conversa [que terá com o ministro]. Nesse momento não deve ser só antecipado, mas privilegiado cidades que têm prevalência maior que o esperado para essa época. Eu acho que é o momento de elencarmos municípios e adiantarmos a disponibilidade”.

Segundo Uip, o fluxo de pacientes que procuram as redes públicas vem aumentando, muito por conta da crise econômica, já que o desemprego reflete na ausência de planos de saúde.

“O sistema público tem que dar conta do que vier (…) felizmente o governador do Estado, Geraldo Alckmin, que é médico, tem a sensibilidade de não contingenciar a Saúde. Mas, de repente, aumenta 30% o fluxo [de pacientes] por conta da perda do plano de saúde. Tem que planejar, em termos de insumos, medicamentos e recursos humanos. O Estado vem se preparando”, ponderou.

David Uip reiterou ainda a necessidade da agilidade e disponibilidade para o atendimento aos enfermos, “porque o que interessa é resolver os probemas da população”.

O número de casos registrados de H1N1 no Estado de São Paulo durante os três primeiros meses de 2016 já é superior ao contabilizado em todo o País durante 2015. Até agora, foram identificados no Estado paulista 157 pacientes com a infecção pelo vírus. Durante os doze meses de 2015, foram contabilizados 141 casos em todos os Estados do País.

“Pílula do câncer”

No início desta semana, na terça-feira (22), o Senado, aprovou o projeto de lei que libera o uso de fosfoetanolamina para pacientes que forem diagnosticados com tumores malignos. O texto segue agora para sanção da presidente Dilma.

Especialistas apontaram, no entanto, que a política brasileira atropelou a ciência ao autorizar pacientes a usarem a “pílula do câncer” no combate a doença.

Os primeiros testes com a fosfoetanolamina sintética realizados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) mostraram que a substância não é pura, como afirmavam seus criadores, e que ela não apresenta eficácia contra células cancerígenas em testes in vitro. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, também nesta semana, que “não existem dados suficientes para determinar a eficiência” da fosfoetanolamina.

O secretário de Saúde de São Paulo afirmou à Jovem Pan que o governador Geraldo Alckmin determinou que fossem feitas pesquisas para determinar se há ou não eficácia no combate aos tumores. Os testes, que serão aplicados em mil pessoas, dependerão da liberação da síntese pelo laboratório, “para que possamos encapsular e ceder para a pesquisa”, disse David Uip.

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