Declaração israelense é insulto à diplomacia brasileira, diz ex-secretário-geral do Itamaraty
Ex-secretário-geral do Itamaraty, o embaixador Marcos Azambuja se manifestou sobre as duras declarações de Israel contra o governo brasileiro nesta quinta-feira (24).
Em comunicado à imprensa, o Ministério das Relações Exteriores de Israel, por meio do porta-voz, Yigal Palmor, manifestou um “desapontamento com a decisão do governo do Brasil de retirar seu embaixador para consultas.” De acordo com o jornal judaico The Jerusalem Post, Palmor disse que “essa é uma demonstração lamentável do porquê o Brasil, um gigante econômico e cultural, continua a ser um anão diplomático”.
Para Azambuja, os termos são inaceitáveis. “Não é possivel qualificar um país como o Brasil de anão diplomático”, diz. “É uma ofensa e não há nada há dizer que não seja repelir e falar que isso é um insulto à diplomacia brasileira.”
No entanto, ele acredita que as autoridades brasileiras não devem realizar nenhum tipo de retaliação neste momento. “A situação lá é complicada e o Brasil deve fazer tudo que ele pode para atenuar, e não acentuar as dificuldades”, afirma.
O embaixador afirma que a resposta brasileira deve centrar na racionalidade e na convivência. “O Brasil é a antítese do Oriente Médio. (…) Um gigante em tolerância, em conciliação e capacidade de viver entre comunidades com ideias diferentes”, diz.
Sobre a retirada do embaixador brasileiro de Tel Aviv, Azambuja acredita que foi uma atitude neutra. “É um dos recursos que um governo tem quando surgem problemas num local e você quer mostrar sua preocupação”.
Confira a entrevista completa no áudio.
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