Declarações de Jeb Bush sobre status político geram polêmica em Porto Rico

  • Por Agencia EFE
  • 28/07/2015 16h40
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San Juan, 28 jul (EFE).- As declarações do pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos Jeb Bush de que a discussão sobre a plena adesão de Porto Rico ao país só deve começar assim que o governo local resolver o problema de sua elevada dívida geraram polêmica nesta terça-feira na ilha caribenha.

O senador do governante Partido Popular Democrático (PPD) Cirilo Tirado afirmou hoje que a declaração feita ontem pelo pré-candidato republicano mostra a pouca disposição que há nos Estados Unidos para tratar o assunto do status político de Porto Rico.

“Se aos amigos do Partido Novo Progressista (o opositor PNP) lhes restava alguma dúvida de que não houve, não há, nem haverá ambiente para a adesão plena, aí estão as declarações de Bush”, disse o senador.

O partido de Tirado, o PPD, defende perpetuar o atual Estado Livre Associado, que concede certo grau de autonomia ao governo local.

“Já é hora de que saiam de sua negação. Já passaram dois presidentes de sobrenome Bush que alegam favorecer a adesão e, quando chegam à presidência, quando têm o poder, não movem um dedo, porque sabem que a adesão não convém a eles, como também não nos convém”, afirmou o legislador.

Jeb Bush fez em abril uma visita-relâmpago à ilha caribenha para arrecadar dinheiro e se reuniu com o presidente do Comitê Republicano local, Carlos Méndez, reunião na qual este mostrou sua confiança de que o pré-candidato daria um impulso à anexação da ilha aos EUA se for eleito presidente.

Por sua vez, a ex-senadora do PNP Miriam Ramírez garantiu que apoia a Bush e que as palavras do político americano foram tiradas de contexto.

“Quando vem a rodada de perguntas, começa-se a falar do status de Porto Rico, que têm que resolver isso, que lhe cabe levar isso a seu final, e ele disse que atualmente a preocupação maior é a crise”, explicou Ramírez.

Em um ato político realizado na segunda-feira no estado da Flórida, Bush afirmou, segundo o jornal “The Washington Post”, que os líderes políticos porto-riquenhos terão que fazer frente ao problema da crise fiscal.

“E se houver estabilidade e crescimento econômico, então, em algum momento, acredito que deveria haver uma votação popular sobre o status de Porto Rico”, argumentou o ex-governador da Flórida.

Alguns veículos de imprensa ressaltaram que Bush tenta atrair o voto dos porto-riquenhos que se mudaram nos últimos anos à Flórida em busca de emprego que não encontram na ilha caribenha.

O governador Alejandro García Padilla aproveitou o ato de comemoração do 63º aniversário da Constituição do Estado Livre Associado de Porto Rico do último dia 25 para assegurar que a prioridade de seu governo é resolver a crise.

Para isso, ele pediu que, por enquanto, se deixe de lado o debate sobre a relação política com os EUA.

Porto Rico é um território americano não incorporado que, graças a sua constituição, conta com um grande grau de autonomia, embora os EUA sejam os responsáveis pelo controle de fronteiras, defesa, moeda e relações diplomáticas, entre outros.

O status político impede a ilha de ser beneficiada pela lei de falências federal que permitiu a Detroit, por exemplo, reestruturar sua dívida. EFE

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