Defensor público venezuelano critica visita de senadores estrangeiros ao país

  • Por Agencia EFE
  • 21/07/2015 19h26
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Caracas, 21 jul (EFE).- O defensor público da Venezuela, Tareq William Saab, afirmou nesta terça-feira que a visita que um grupo de senadores espanhóis e sul-americanos devem iniciar amanhã a Caracas faz parte de uma “campanha de descrédito”.

“Essa visita revela essa campanha de descrédito contra o Estado venezuelano, a democracia venezuelana, na qual estes dirigentes de um setor da política venezuelana afirmam que aqui na Venezuela prevalece, ao invés de uma democracia, uma ditadura ferrenha, criminosa e sanguinária”, disse Saab a jornalistas.

A aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) informou hoje que essa visita estará focada “no tema dos presos políticos” e nas inabilitações para exercer cargos públicos que receberam nos últimos dias alguns dos integrantes da oposição.

O defensor público venezuelano não escondeu seu desagrado pela visita dos parlamentares estrangeiros, que estarão no país até a próxima sexta-feira, dia no qual será assinada e publicada a Declaração de Caracas, um documento no qual serão expostos “os elementos fundamentais” de sua missão.

“Parece que aqui qualquer um pode chegar pelo aeroporto, convocar os meios de comunicação, humilhar e denegrir o homem e a mulher venezuelana e retirar-se como parte de um turismo contra o país”, lamentou Saab.

Sobre possíveis autorizações para que os senadores visitem os políticos presos, Saab assinalou que “isso está nas mãos do Ministério da Defesa e do Ministério de Assuntos Penitenciários”.

A MUD confirmou hoje a visita dos senadores espanhóis Dionisio García, do Partido Popular (PP), Iñaki Anasagasti, do Partido Nacionalista Basco (PNV), e José Miguel Camacho e Andrés Gil García, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

Além disso, garantiu a presença do uruguaio Pablo Mieres, do Partido independente, entre outros parlamentares sul-americanos que não especificou.

Um grupo de senadores brasileiros viajou no último dia 18 de junho à Venezuela para solidarizar-se com os opositores presos, mas não pôde sair do aeroporto a Caracas devido a uma série de contratempos, entre protestos populares e ruas cortadas, e tiveram que voltar ao terminal e retornar ao país.

A situação com esses senadores levou o Senado a aprovar um voto de censura contra o governo da Venezuela, que negou ter dificultado a visita dos parlamentares brasileiros.

Além de senadores, outros dirigentes e ex-presidentes visitaram a Venezuela recentemente em respaldo aos presos, como o ex-presidente do governo espanhol, Felipe González, e os ex-presidentes Jorge Quiroga, da Bolívia, Andrés Pastrana, da Colômbia, e Sebastián Piñera, do Chile. EFE

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