Defesa de Mursi critica vídeos em julgamento por morte de manifestantes

  • Por Agencia EFE
  • 05/04/2014 15h06
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Cairo, 5 abr (EFE).- A defesa do deposto presidente egípcio, Mohammed Mursi, criticou neste sábado a apresentação de alguns vídeos feitos pela televisão estatal como provas na causa aberta contra o islamita pela morte de manifestantes.

Segundo a agência estatal de notícias “Mena”, uma nova sessão do julgamento aconteceu hoje na Academia da Polícia, nos arredores do Cairo, onde Mursi compareceu após ser transferido de uma prisão perto da cidade mediterrânea de Alexandria.

Durante a audiência foi projetado o vídeo de uma entrevista televisiva do porta-voz do partido salafista Al Nour, Nader Bakar, na qual dizia que o dirigente da Irmandade Muçulmana, Jeirat al Shater, lhes tinha pedido ajuda para atuar contra os manifestantes.

Bakar também afirmou no vídeo que Al Shater tentou convencer seu partido que os opositores a Mursi tinham decidido invadir o palácio presidencial perante a fraqueza das forças de segurança.

Mursi e outros 14 dirigentes islamitas enfrentam acusações por seu suposto envolvimento na morte de manifestantes e nos incidentes ocorridos nos arredores do palácio presidencial de Itihadiya no último dia 5 de dezembro.

A equipe da defesa criticou a transmissão desses vídeos, selecionados por um comitê de especialistas de rádio e televisão, por considerar que esses meios de comunicação não podem apresentar essas provas, que supostamente alteram as investigações.

Além disso, afirmou que esses meios não são uma parte imparcial no processo e atuaram “contra” os acusados.

Por sua parte, o presidente do Tribunal Penal do Cairo, Ahmed Sabri Youssef, destacou que levou em conta “todos” os pedidos e observações apresentados pela defesa sobre o trabalho dessa comissão, que – segundo sua versão – realizou seu trabalho sob o controle da corte.

A sessão foi adiada até amanhã, domingo, quando está previsto que falem cinco testemunhas da acusação, todos eles altos comandantes da Guarda Republicana.

Mursi, deposto por um golpe de Estado em 3 de julho de 2013, enfrenta ainda outros julgamentos por espionagem e por fugir de uma prisão, entre outros delitos. EFE

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