Defesa de opositor venezuelano recorrerá de sentença que o condena à prisão

  • Por Agencia EFE
  • 11/09/2015 04h39

Caracas, 10 set (EFE).- Juan Carlos Gutiérrez, advogado do político opositor venezuelano Leopoldo López, condenado a 13 anos e nove meses de prisão, anunciou nesta quinta-feira que recorrerá da sentença, que qualificou de “mera complacência” sem “base jurídica sólida”.

Em uma declaração na Praça Bolívar de Chacao, no leste de Caracas, onde simpatizantes de López se reuniram após o julgamento, Gutiérrez disse que apresentará recurso à sentença “nos próximos dias”, no qual revelarão “toda a cadeia sistemática de violações de direitos humanos que se iniciou no dia em que começou este processo judicial e que ainda se mantém”.

“Não é uma sentença com uma base jurídica sólida, que tenha uma análise de estrito apego à legalidade, é uma mera complacência, não é um ato jurisdicional, não contém argumentação, análise probatória e muito menos análises jurídicas”, opinou o advogado.

Gutiérrez acrescentou que a defesa vai comprovar a “falta de igualdade nesta sentença, sua colocação pelas avessas do direito e seu divórcio completo da evidência apresentada em julgamento”.

“Seguiremos transitando os caminhos processuais que nosso sistema de Justiça nos concede e se os caminhos do sistema de Justiça não permitem dar brilho à verdade, então serão necessários outros caminhos democráticos, o do voto e os legislativos”, frisou o advogado.

Já Freddy Guevara, coordenador nacional do partido de López, o Vontade Popular (VP), pediu “ao povo da Venezuela que se mantenha firme nestes momentos de frustração e aguarde o chamado de Leopoldo”.

Guevara explicou que amanhã será apresentada uma carta escrita por López com “uma mensagem à Venezuela” após a publicação de sua sentença.

Em entrevista à emissora americana “CNN en Español”, o secretário-executivo da aliança opositora Mesa pela Unidade Democrática (MUD), Chuo Torrealba, considerou “uma provocação” a sentença do julgamento de López já que “o governo está interessado em promover a violência e gerar uma situação de ruptura” diante da possibilidade de ser derrotado nas eleições legislativas de 6 de dezembro. EFE

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