Defesa diz que recorrerá de sentença de julgamento do Massacre do Carandiru
O maior julgamento da história do Tribunal de Justiça de São Paulo – o Massacre do Carandiru – termina com a condenação de 73 PMs pela morte de 77 presos. A última etapa do júri foi encerrada nesta quarta-feira, com 15 réus tendo que cumprir pena de 48 anos por envolvimento no assassinato de quatro pessoas.
Os trabalhos foram divididos em quatro fases que começaram a ser julgadas em abril do ano passado e corresponderam a cada andar do Pavilhão Nove. Antes da leitura da sentença, o juiz Rodrigo Tellini falou sobre a complexidade do episódio ocorrido em outubro de 1992, na extinta Casa de Detenção.
*Ouça os detalhes no áudio
Na ocasião do massacre, os detentos realizaram uma rebelião e 111 deles morreram durante a retomada do complexo prisional. O promotor de Justiça, Eduardo Olavo Canto Neto, ressaltou a satisfação em dar uma resposta aos crimes que tiveram repercussão internacional.
No entendimento da defesa, a dispensa de uma testemunha em um dia e a convocação dela em seguida torna nula esta etapa do julgamento. Em entrevista ao repórter André Aguiar, o advogado Celso Vendramini afirmou que irá recorrer da decisão até mesmo em instâncias superiores.
Cinco assassinatos foram atribuídos a um policial militar que faleceu no final do ano passado, causando a extinção do processo contra ele. As outras 29 mortes, sendo nove por arma branca, não tiveram as autorias definidas no episódio conhecido como Massacre do Carandiru.
Na decisão de ontem, o juiz também determinou a perda dos cargos aos policiais condenados, que ainda estavam em atividade. Todos os PMs responsabilizados pelo fato irão recorrer em liberdade.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.