Democratas buscam unificar partido após vitória de Hillary em primária disputada
Próximos do fim da disputa da escolha do candidato Democrata à Casa Branca, representantes do partido tentam agora aglutinar as forças em torno de Hillary Clinton.
O movimento, em uma onda de apoio declarados aos poucos, foi cuidadosamente concebido para pressionar o rival de Hillary na disputa, Bernie Sanders, a anunciar sua desistência da corrida.
Na última quinta-feira (9), o presidente Barack Obama declarou seu apoio à sua ex-secretária de Estado. Sanders, em um comício realizado em Washington, no mesmo dia, reiterou sua intenção em buscar apoio dos chamados superdelegados e pressionar por uma convenção contestada em julho, onde poderia tirar a nomeação do colo de Hillary.
“Seria extraordinário se o povo de Washington, nossa capital, se levantasse e dissesse ao mundo que estão prontos para liderar o país a uma revolução política”, disse, ao final do evento.
Entre os dirigentes do partido, no entanto, teme-se que o prolongamento da disputa entre os dois até a convenção possa ser explorada pelo virtual candidato Republicano, Donald Trump. A unificação do partido, portanto, virou para muitos a tarefa número 1.
Também na passada quinta-feira, a senadora por Massachusetts Elizabeth Warren se juntou ao esforço. A parlamentar declarou seu apoio à Hillary e sinalizou a muitos apoiadores de Sanders que é hora de o partido se unir em torno de seu nome. As duas devem se encontrar, nessa sexta-feira (10), segundo um integrante da campanha da ex-primeira dama.
Embora Sanders não tenha declarado seu apoio, acabou afirmando a repórteres que pretende pressionar a legenda por seus ideais e não busca uma vitória na convenção do mês que vem, devendo se encontrar com Clinton “num futuro próximo” para discutir formas de derrotar Trump.
Obama gravou seu vídeo de apoio, divulgado também na quinta, mas produzido na terça-feira (7), antes de a ex-secretária de Estado declarar ter amealhado os delegados necessários para assegurar sua nomeação. Ele também avisou Sanders, com quem se encontrou recentemente, sobre esse fato.
Líderes do partido em Washington seguiram o exemplo de Obama e demonstraram deferência ao senador de Vermont. Após deixar a Casa Branca, Sanders se encontrou com o líder da minoria no Senado, Harry Reid, e também com o vice-presidente, Joe Biden.
O cuidado no tratamento reflete a forte desconfiança dos eleitores de Sanders com o establishment Democrata. Obama, por exemplo, se manteve neutro durante toda esta primeira parte da corrida, consciente de que seu envolvimento poderia gerar descontentamento em sua própria base de apoio, formada por jovens e progressistas.
Por sua parte, Hillary Clinton conta agora com a ajuda do presidente para trazer de volta esses eleitores para perto de sua candidatura.
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