Denúncias de corrupção dominam início do 2º debate entre Dilma e Aécio
São Paulo, 16 out (EFE).- A presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT, e o candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves, trocaram nesta quinta-feira novas acusações por escândalos de corrupção que envolvem seus partidos durante o debate promovido pelo SBT.
Dois dias depois que a corrupção fosse um dos principais assuntos abordados no primeiro dos quatro debates na televisão marcados antes do segundo turno de 26 de outubro, as denúncias por desvios de recursos públicos de lado a lado abriram o debate organizado em parceria com o portal UOL e a rádio Jovem Pan.
Aécio abriu a discussão interrogando a presidente sobre os novos escândalos na Petrobras.
“Eu queria saber de quem é a responsabilidade por tantos desvios de recursos públicos que não param nunca”, perguntou o senador após citar diferentes denúncias de irregularidades contra Petrobras e as acusações de que a empresa cobrava subornos para financiar campanhas políticas de partidos governistas, entre eles o PT.
De acordo com o tucano, a extensão e a gravidade das denúncias permitem dizer que a presidente foi “tolerante” com as irregularidades ou “incompetente para cuidar da maior empresa do país”.
Dilma respondeu que os escândalos surgiram porque a Polícia Federal, sob seu comando, está investigando as denúncias, já que seu compromisso é “investigar e punir” os responsáveis.
De acordo com a atual presidente, no governo de Fernando Henrique Cardoso, a polícia era comandada por pessoas ligadas ao PSDB que se negavam a investigar denúncias de corrupção.
“O Brasil pela primeira vez está vendo um combate sistemático à corrupção”, declarou Dilma, antes de citar vários escândalos de corrupção que afetaram o PSDB e que nunca foram julgados.
Segundo a presidente, os responsáveis por essas irregularidades “estão todos soltos” porque o governo da época não quis investigá-los.
“Todos esses casos foram investigados. Se os acusados estão soltos foi porque não encontraram provas. Ao contrário dos corruptos de seu partido, que estão todos presos”, respondeu Aécio.
“Se existem novas denúncias e provas, por que seu governo não as investigou? Se sabia que havia crimes sua responsabilidade era investigá-los. Se não fez, a senhora também está incorrendo em um crime”, acrescentou o tucano.
Dilma também citou o caso de parentes de Aécio que supostamente trabalharam para o estado de Minas Gerais quando o senador era governador e acusou seu rival de nepotismo.
Aécio, por sua vez, defendeu a irmã Andrea Neves como “voluntária” de seu governo e lembrou o caso do irmão de Dilma, Igor Rousseff, que foi funcionário de Fernando Pimentel, quando este era prefeito de Belo Horizonte. EFE
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