Deputado do PMDB vê futuro comercial entre Brasil e Ilhas Malvinas
Brasília, 25 fev (EFE).- O deputado federal Celso Maldaner (PMDB-SC), que na semana passada visitou as Malvinas, disse nesta quarta-feira à Agência Efe que pretende “influir” a favor de uma abertura comercial do Brasil em relação às ilhas, que pertencem ao Reino Unido e têm soberania reivindicada pela Argentina.
Maldaner disse ter notado um grande potencial de negócios para o país na região, principalmente no setor pesqueiro. O Brasil apoia a reivindicação de soberania que a Argentina mantém em todos os fóruns internacionais sobre este território, que está sob jurisdição britânica e pelo qual britânicos e argentinos entraram em guerra em 1982.
Embora tenha ressaltado que se trata de uma posição pessoal, Maldaner considerou que o Brasil deveria ter, de fato, uma aproximação com as ilhas.
“Não se faz política olhando o espelho retrovisor”, argumentou o deputado, que afirmou ter a intenção de atuar para que o Brasil modifique sua postura e aproveite os potenciais de comércio e turismo que percebeu no arquipélago.
Maldaner esteve nas ilhas em uma missão oficial patrocinada pela embaixada do Reino Unido no Brasil, e disse que foi “tratado, por assim dizer, como chefe de Estado”. O deputado se reuniu com o governador das ilhas, Colin Roberts, e com os oito membros da Assembleia Legislativa, e em todos os casos disse ter comprovado o desejo das autoridades locais de buscar uma aproximação com o Brasil.
Segundo ele, uma de suas ideias é propor a criação de um fórum parlamentar de amizade “entre Brasil e as Ilhas Falkland”, denominação usada pelos britânicos para o arquipélago.
“Pretendo influir olhando para frente, não para o passado”, disse ele, que acredita que um dia as ilhas podem se tornar parte do Mercosul.
Fontes diplomáticas argentinas disseram à Efe que a viagem do deputado causou “preocupação” no governo de Cristina Kirchner e que esse assunto foi tratado durante a visita oficial que o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, fez no último dia 11 a Buenos Aires. EFE
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