Desemprego na América Latina será de 6,2% em 2015

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 16h42

Santiago (Chile), 13 mai (EFE).- A taxa de desemprego nos países da América Latina será de 6,2% em 2015, maior que os 6% do ano passado, segundo estimativas divulgadas nesta quarta-feira em Santiago pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

“O pouco estimulante cenário econômico para este ano provocará um leve aumento na taxa de desemprego regional até 6,2% em 2015, depois de ter marcado 6% em 2014”, aponta o relatório.

Cepal e OIT informam no estudo Conjuntura Laboral na América Latina e no Caribe que “a expansão da atividade econômica esperada para a região de 1% impediria reverter o processo de desaceleração iniciado em 2011”.

“A estagnação do produto interno bruto (PIB) per capita debilitaria a demanda laboral e, como consequência, a geração de emprego assalariado”, acrescenta o estudo.

Ambos os organismos preveem uma queda pelo terceiro ano consecutivo na taxa de ocupação urbana na região, que se refere à relação entre a população ocupada e o número de pessoas que integram a população em idade de trabalhar.

O relatório também indica uma queda da participação laboral, ou seja, a proporção da população em idade de trabalhar que está dentro da força de trabalho, tanto ocupada como desempregada, em 2015.

Essa circunstância, unida à diminuição da taxa de ocupação, provocará um aumento no desemprego aberto, que ficará nos mesmos níveis de 2013, segundo o levantamento.

“O cenário do mercado de trabalho previsto para 2015 não é muito estimulante para a busca de progressos substanciais que ajudem a conseguir melhoras em termos de pobreza e desigualdade”, disseram a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, e a diretora do Escritório Regional da OIT para a América Latina e o Caribe, Elizabeth Tinoco.

O relatório informa que durante grande parte da década passada e no início da atual, América Latina e Caribe tiveram importantes avanços na redução da pobreza e na distribuição de renda, em um contexto global caracterizado por crescentes níveis de desigualdade.

“Essas melhoras se deveram às tendências positivas mostradas pelo mercado de trabalho, como a forte geração de emprego assalariado, a redução das desigualdades de renda trabalhistas, e políticas públicas tanto trabalhistas (salário mínimo, formalização) como não trabalhistas (expansão dos sistemas de proteção social e da educação)”.

O documento da Cepal e da OIT analisa o desempenho laboral da região em 2014 e atribui a queda da taxa de desemprego observada durante o ano passado ao comportamento atípico dos mercados de trabalho em Argentina, Brasil e México, mais especificamente à grande magnitude da queda de suas taxas de participação.

Além disso, examina a ampliação da proteção social em um contexto de elevada informalidade na região. O documento assinala que “de uma perspectiva de direitos, a universalização da proteção social é indispensável para avançar na construção de sociedades que têm a igualdade como horizonte de estratégia de desenvolvimento”.

Os dois organismos das Nações Unidas indicam que “para garantir o acesso universal é necessário integrar componentes contributivos e não contributivos nos sistemas de proteção social, o que ajuda para importantes desafios, sobretudo em termos de projeto institucional e de financiamento”. EFE

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