Desenvolvedores mexicanos criam jogo que permite atirar objetos contra Trump

  • Por Agencia EFE
  • 01/09/2015 20h01

Cidade do México, 1 set (EFE).- Uma equipe de desenvolvedores mexicanos lançou um jogo que permite atirar objetos contra o pré-candidato presidencial americano Donald Trump e pretende se transformar em uma forma de canalizar a ira de muitos mexicanos pelos comentários ofensivos do magnata sobre os imigrantes.

Em “Trumpealo”, o jogador pode lançar sapatos e garrafas contra o pré-candidato republicano, que reproduz algumas de suas controvertidas e recentes declarações, entre elas as de que muitos mexicanos que moram nos Estados Unidos são ladrões ou estupradores.

“A ideia nasceu quando vimos que era um tema de muito interesse para nossos irmãos latinos nos EUA. Isso nos levou a criar o jogo”, explicou à Agência Efe Cristian Quiroz, diretor de operações da Karaokulta, a companhia responsável pela proposta.

A finalidade do jogo, um aplicativo para celulares que será colocado à venda em cerca de duas semanas, é somar pontos a partir dos itens jogados contra Trump. Uma versão beta já está disponível para download para dispositivos com sistema Android e deve ser lançada em breve para iOS.

“O México não é nosso amigo”, diz o magnata enquanto se movimenta por um palco de teatro com cartazes pendurados nas paredes e que o apresentam como presidente americano. Vestido com um terno ou fantasiado, ele esquiva dos objetos atirados pelos usuários.

Se o jogador atira equivocadamente flores ou notas de dólares, a partida é encerrada com Trump como ganhador.

“O fim do jogo é que ele não saia do palco e os jogadores sigam podendo atirar objetos contra Trump”, explicou Quiroz.

Se antecipando às críticas pela violência presente no jogo, o desenvolvedor afirmou que o aplicativo nasceu com “a intenção de divertir” e que, pela resposta recebida até então, muita gente apoia o projeto.

“É a opinião que os mexicanos têm sobre esse pré-candidato presidencial. Pode ser levado como piada ou como uma lembrança”, afirmou Quiroz, que faz parte da pequena empresa de programadores com sede em Guadalajara, capital do estado de Jalisco.

O magnata segue provocando polêmica com seus comentários sobre imigração. O primeiro deles ocorreu no último dia 16 de junho, quando anunciou sua candidatura às primárias do Partido Republicano para as eleições presidenciais americanas de 2016.

Trump defende a deportação de mais de 11 milhões de imigrantes ilegais e a construção de um muro na fronteira com o México.

Além disso, ameaçou embargar remessas “derivadas de salários ilegais” enviadas pelos imigrantes, classificou os mexicanos como criminosos, e fez comentários depreciativos sobre os chamados “bebês ancora”, filhos de mulheres que vivem ilegalmente em território americano e recebem cidadania automática ao nascer.

Não é a primeira vez que Trump e seu inconfundível topete loiro recebem críticas bem humoradas no México. Há alguns meses, na cidade de Reynosa, na fronteira com os EUA, uma empresa elaborou uma espécie de “boneco de Judas” com a imagem do magnata. O produto se tornou um fenômeno de vendas. EFE

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