Desmantelamento de acampamento acaba com renúncia de 44 deputados no Iraque

  • Por Agencia EFE
  • 02/01/2014 15h59

Bagdá, 30 dez (EFE).- Mais de 40 deputados iraquianos renuciaram nesta segunda-feira em protesto pelo desmantelamento policial de um acampamento de manifestantes sunitas na cidade de Ramadi e pelos posteriores enfrentamentos, que deixaram pelo menos 11 mortos e 40 feridos.

Em entrevista coletiva, os parlamentares exigiram a retirada do Exército das ruas e a libertação do destacado deputado opositor Ahmed al Aluani, que apoia os protestos dos sunitas e que foi detido no sábado.

“O país está em perigo e é preciso tomar medidas urgentes”, disse o presidente do Parlamento iraquiano, Osama al Nuyaaifi, que lidera a coalizão opositora Mutahidun (Unidos), à qual pertencem os 44 deputados que renunciaram.

Nuyaifi não apresentou, no entanto, sua renúncia, mas explicou que a atitude de seus companheiros se produz após o desmantelamento dos acampamentos dos manifestantes sunitas na província de Al-Anbar.

Por sua parte, o vice-primeiro-ministro iraquiano, Saleh al Matlak, denunciou que a situação política no país chegou a uma via sem saída.

“É grave que estejamos em um ponto no qual o Exército tenha que sair às ruas para matar civis”, lamentou Al Matlak, que pediu que seja tomadas “firmes” medidas.

Matlak também exigiu que sejam escutados os pedidos dos cidadãos nesta “inquietante situação política que vive o país”.

A violência ocorreu depois que a Polícia desmantelou hoje o acampamento em Ramadi dos sunitas, que protestam pela marginalização que sofrem por parte do Governo, liderado pelo xiita Nouri al-Maliki.

No final do ano passado, milhares de iraquianos sunitas iniciaram protestos maciços em várias cidades do país para pedir a libertação dos detidos sem acusações e exigir amplas reformas no processo político.

Esses protestos se converteram em acampamentos permanentes em setembro nas capitais das províncias de maioria sunita, entre elas Al-Anbar, onde nas últimas semanas se produziram vários ataques graves contra altos comandantes do Exército iraquiano.

O primeiro-ministro deu um ultimato há oito dias aos sunitas para que desalojassem as acampamentos porque, segundo denunciou, se tinham transformado em “uma sede e uma tampa ” da organização terrorista Al Qaeda. EFE

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