Desnutrição, sobrepeso e obesidade preocupam América Latina
Roma, 20 nov (EFE).- A América Latina atravessa problemas como a desnutrição crônica em parte do continente, e o aumento de sobrepeso e obesidade, segundo revelou a Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição (ICN2) realizada em Roma.
A conferência, uma iniciativa conjunta da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), serviu para evidenciar a pobreza e a fome em nações latino-americanas.
No outro extremo, o sobrepeso e a obesidade afetam cada vez mais esses países, com grande incidência entre as crianças, segundo o diretor da FAO, o brasileiro José Graziano Da Silva.
“A obesidade infantil cresceu, por exemplo, no México, em países da América Central e na região do Caribe”, analisou.
Um dos países latino-americanos que sofre com um sério problema de desnutrição crônica é a Guatemala, onde quase a metade da população (49%) é afetada, segundo informou durante a conferência o secretário de Segurança Alimentar e Nutricional do país, Germán Rafael González. Ele afirmou que o governo guatemalteco traçou como objetivo reduzir a desnutrição crônica pela metade entre 2012 e 2020.
Durante seu discurso, González lembrou algumas iniciativas no país, como o programa Fome Zero, que permitiu “diminuir em 16% a desnutrição aguda, em 1,7% a desnutrição crônica e em 4,5% a anemia em menores de 5 anos, em 2013”.
A ministra de Desenvolvimento Rural e Terras da Bolívia, Nemesia Achacollo Tola, insistiu para que os governos iniciem políticas que “lutem contra a fome, que facilitem o acesso das pessoas aos produtos saudáveis e fomentem a redistribuição da terra com igualdade” entre homens e mulheres.
O ministro da Saúde do Brasil, Arthur Chioro, reafirmou o compromisso do país de combater a pobreza e a fome com “políticas que fomentem a educação alimentícia” e que deem prioridade ao apoio à agricultura familiar e o acesso a alimentos saudáveis.
“Para lutar contra a desnutrição temos que priorizar aspectos como a saúde, a educação, a renda e o saneamento”, disse o ministro.
As baixas condições de saúde e nutrição estão entre os maiores problemas de Honduras, segundo a ministra da Saúde do país, Yolani Batres.
Os maiores afetados pela desnutrição, segundo Batres, são as crianças, que nascem com pouco peso e sofrem infecções respiratórias agudas e diarréias, que as conduzem a “uma maior vulnerabilidade a adoecer e apresentar complicações que podem levá-las à morte”.
Este atraso no crescimento das crianças por causa de uma alimentação inadequada não é o único problema relacionado à desnutrição que afeta Honduras, que deve “abordar uma batalha frontal contra o sobrepeso e a obesidade”, segundo explicou a ministra.
No país centro-americano, o sobrepeso e a obesidade afetam mais da metade das mulheres, cerca de 51%, principalmente as que têm mais de 30 anos, lembrou a ministra.
O presidente da Comissão de Saúde do Senado chileno, Guido Girardi, afirmou que 25% das crianças menores de 6 anos no Chile são obesas, das quais 10% são hipertensas e um terço têm colesterol alto. Segundo ele, a previsão dessas crianças é “muito dramática”. EFE
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