Detectam possíveis restos mortais de um dos 43 jovens desaparecidos no México
Cidade do México, 16 set (EFE).- A Procuradoria Geral da República (PGR) do México informou nesta quarta-feira que a investigação da Universidade de Innsbruck, na Áustria, sobre os restos mortais encontrados num lixão oferece “indícios” de que uma das amostras analisadas corresponderia a um dos 43 estudantes de magistério desaparecidos há quase um ano.
Em um pronunciamento à imprensa, a procuradora-geral Arely Gómez disse que “existem indícios que estabelecem a possível correspondência” entre alguns dos ossos e o DNA da mãe do jovem Jhosivani Guerrero de la Cruz e também argumentou que os novos resultados de Innsbruck “vão fortalecer” a investigação oficial.
Jhosivani Guerrero de la Cruz, que tinha 19 anos quando desapareceu e é original da comunidade de San Juan Omeapa, era o filho mais novo de sete de um casal de camponeses, segundo a imprensa mexicana.
A procuradora-geral assinalou também que a PGR comunicou “esses resultados aos advogados que representam os pais dos estudantes e à equipe Argentina de Antropologia Forense”, que também coletou amostras do lixão, onde os jovens foram supostamente incinerados, e do Rio San Juan, onde as cinzas teriam sido jogadas dentro de um saco.
Além disso, Arely anunciou que será criado “um grupo de trabalho formado por especialistas, médicos, antropólogos e geneticistas” para que, junto com os peritos argentinos e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) – que estão investigando o caso há seis meses – possam voltar a analisar “os mais de 63 fragmentos ósseos que foram colhidos” nesses locais.
Segundo a versão oficial da PGR, em 26 de setembro de 2014 um grupo de policiais em Iguala, um município do estado de Guerrero, atirou contra dezenas de alunos de uma escola de magistério, por ordens do então prefeito dessa cidade, José Luis Abarca, deixando seis mortos e 25 feridos.
Após esse episódio, os policias sequestraram 43 jovens e os entregaram à organização criminosa Guerreros Unidos, que matou todos eles e os incinerou no lixão em Cocula, jogando em seguida as cinzas no rio.
Dezessete restos ósseos encontrados nesses locais foram enviados no ano passado para Innsbruck para fossem analisados.
A PGR revelou em dezembro do ano passado que o DNA encontrado em uma das amostras carbonizadas correspondia a Alexander Mora Venancio, de 21 anos, após ser comparado com os perfis genéticos de todos os familiares dos jovens desaparecidos.
Em um relatório apresentado há dez dias, a delegação de peritos da CIDH que investiga o caso questionou a versão de que os corpos foram queimados em um lixão e apontou graves irregularidades nas investigações. EFE
rac/rpr
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