Dez policiais são condenados por mortes em Massacre do Carandiru

  • Por Agencia EFE
  • 19/03/2014 21h03
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São Paulo, 19 mar (EFE).- Dez policiais foram condenados nesta quarta-feira a longas penas de prisão pelo envolvimento no massacre de 111 presos ocorrido em 1992 no presídio Carandiru, em São Paulo, informaram fontes oficiais.

Nove dos acusados foram condenados a penas de 96 anos de prisão e o décimo, Silvio Nascimento Sabino, recebeu uma condenação de 104 anos por responsabilidade direta na morte de oito presos no quarto andar do pavilhão 9, segundo a sentença ditada hoje pelo magistrado Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo.

A pena de prisão de Sabino é maior porque acumula uma condenação que recebeu no passado por outro caso que não foi divulgado pelo tribunal.

Devido ao grande número de acusados, o processo foi dividido em quatro fases, uma por cada um dos pavimentos do presídio onde os uniformizados, com o objetivo de acabar com um motim, abriram fogo contra os detentos nos corredores e em suas próprias celas.

Nas três fases do processo que foram julgadas, incluindo a que terminou hoje, foram considerados culpados 58 policiais que participaram desta intervenção ocorrida em outubro de 1992, que é conhecido comoo maior massacre carcerário da história do Brasil.

Só fica pendente julgar uma fase do processo, na qual se sentarão no banco dos réus 15 agentes por oito mortes.

Essa fase do julgamento foi iniciada em fevereiro, mas foi suspensa indefinidamente pelo abandono de um dos advogados.

O responsável de dirigir a operação policial, o coronel de Ubiratan Guimarães foi julgado em 2001 e condenado a 632 anos de prisão, mas foi absolvido cinco anos depois em segunda instância e morreu poucos meses depois.

O Carandiru, então a maior prisão do Brasil com cerca de oito mil internos, era considerada por organizações de direitos humanos como a melhor amostra do caos do sistema penitenciário do Brasil.

O presídio foi desativado em 2002 e o lugar foi transformado em um parque público.

O caso foi levado ao cinema através do filme “Carandiru”, do diretor argentino Héctor Babenco, e também à literatura, com livros como “Estação Carandiru”, do médico e apresentador de televisão Drauzio Varela, que na época trabalhava no presídio. EFE

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