Dezenas são presos na Rússia por protestar contra corrupção no governo Putin
Dezenas de pessoas foram presos por participarem de protestos contra o governo na segunda maior cidade da Rússia, São Petersburgo. O país é palco de grandes protestos contra a administração do presidente Vladimir Putin nos últimos dois dias
Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas por toda a Rússia na segunda-feira para protestar contra a corrupção no governo. Alguns dos manifestantes, por exemplo em Moscou e São Petersburgo, foram explicitamente proibidos por autoridades e quase 2 mil pessoas foram detidas.
A investida contra os manifestantes parecia particularmente dura em São Petersburgo, ex-capital imperial russa, onde pelo menos 26 pessoas foram sentenciadas a 5 a 14 dias de prisão, segundo o grupo OVD-Info, que monitora a repressão política na Rússia. A maioria absoluta dos centenas de manifestantes detidos em Moscou foi libertada, com exceção de alguns líderes oposicionistas.
Em São Petersburgo, vários tribunais suspenderam suas operações regulares e tratavam apenas dos casos dos manifestantes, disse Andrei Pivovarov, coordenador da organização da sociedade civil Open Russia na cidade. Advogada que defendeu dois manifestantes, Svetlana Ratnikova disse que a decisão de multar ou prender um manifestante parecia aleatória.
Pivovarov disse que o tratamento dado aos manifestantes foi muito mais duro que após manifestação similar de março, quando a maioria dos presos foi liberada sem multa. Ela disse que aparentemente a intenção era assustar. “Desta vez os detidos, mesmo aqueles detidos pela primeira vez na vida, foram mantidos em delegacias por até 48 horas à espera de audiências em tribunais”, relatou. “Isso foi feito para assustar os manifestantes.”
A Rússia adotou mais restrições a reuniões públicas em 2012, em uma clara reação aos grandes protestos contra o governo que abalaram o país em 2011 e no início de 2012.
Responsável por convocar o protesto, Alexei Navalny foi detido diante de sua casa antes de chegar à manifestação e sentenciado a 30 dias de prisão por organizar uma manifestação sem autorização oficial.
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