Dia de protestos contra governo do Equador termina com distúrbios e feridos

  • Por Agencia EFE
  • 14/08/2015 05h57

Quito, 13 ago (EFE).- Vários distúrbios violentos ocorreram nesta quinta-feira em Quito e terminaram com, pelo menos, 20 policiais feridos, durante a greve nacional convocada por sindicatos e indígenas contra o governo do Equador.

Confrontos entre manifestantes e policiais se produziram durante uma passeata na capital equatoriana, quando os grevistas tentaram romper um cerco policial que impedia sua passagem rumo à Praça da Independência, onde se encontra a sede do Executivo.

Os manifestantes enfrentaram a polícia, que usou gás lacrimogêneo para dispersá-los.

Os incidentes ocorreram no marco da greve nacional convocada pela Frente Unitária de Trabalhadores (FUT), a maior central operária do país, e do protesto anunciado na terça-feira passada pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie).

Esses setores exigem retificações em várias políticas aplicadas pela administração do presidente Rafael Correa que, por sua parte, assegura que seu governo é o que mais fez pelos indígenas e para melhorar os direitos dos trabalhadores.

O protesto, que incluiu o fechamento de estradas, concluiu com a grande passeata em Quito apoiada por grupos de estudantes, médicos, organizações populares e movimentos políticos de esquerda.

A manifestação de protesto percorreu várias ruas da cidade até chegar ao centro histórico, onde se registraram os enfrentamentos com a polícia, que lhes impediu a passagem para a Praça da Independência, local de uma concentração governista.

Nesses confrontos ficaram feridos policiais, manifestantes e alguns jornalistas e foram registrados danos a bens públicos, principalmente em uma pequena praça que perdeu vários de seus paralelepípedos, segundo imagens divulgadas nas redes sociais.

Por sua parte, a Conaie denunciou a detenção de Carlos Pérez, presidente de sua filial Ecuarrunari e de outros dirigentes, assim como de vários feridos entre suas fileiras.

Também foi denunciada a detenção e posterior libertação de Salvador Quishpe, outro líder indígena e governador da província de Zamora Chinchipe.

O próprio Quishpe, com o rosto roxo e uma camisa rasgada, contou em entrevista coletiva que sofreu golpes de seus “sequestradores” na cabeça e que foi arrastado pelo chão.

Na mesma entrevista coletiva, o presidente da Conaie, Jorge Herrera, rejeitou as ações violentas supostamente ordenadas pelo governo para reprimir os manifestantes pediu a “radicalização” do protesto, convocando os setores sociais a sair às ruas nesta sexta-feira e a manter-se nessa atitude até que o Executivo atenda suas reivindicações.

O protesto de hoje também se estendeu à cidade portuária de Guayaquil, a mais povoada do país, onde aconteceu uma marcha na qual participou o prefeito conservador Jaime Nebot, um dos líderes da oposição. EFE

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