Dia de reflexão na Grécia antes de eleições gerais cruciais para o país
Atenas, 24 jan (EFE).- Os gregos tiveram um sábado de reflexão prévio às eleições gerais de domingo, cruciais tanto para o país como para sua relação com o resto dos parceiros da União Europeia (UE).
Quase 10 milhões de gregos votarão amanhã para decidir as 300 cadeiras de seu parlamento, em eleições que começarão às 7h local e acabarão às 19h local (2h e 14h, em Brasília, respectivamente).
O favorito para ganhar estas eleições é a Syriza, coalizão de esqueda liderada por Alexis Tsipras, que segundo as últimas pesquisas alcançará a vitória frente ao conservador e governamental Nova Democracia com uma margem de entre 5% e 10%.
As últimas pesquisas dão à formação liderada por Tsipras intenções de voto de entre 30% e 35%.
A Nova Democracia, do primeiro-ministro Andonis Samaras, encerrou ontem a campanha em um ginásio dos arredores de Atenas, onde foi recebido por cerca de cinco mil seguidores.
Samaras assegurou que o governo terminará antes do final de fevereiro as negociações com a troika de credores e que, uma vez concluída a avaliação do programa de resgate, a Grécia receberá o crédito reforçado estipulado com os parceiros e se beneficiará da compra de bônus anunciada na quinta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE).
O atual líder aproveitou para criticar o líder da Syriza, Alexis Tsipras, que foi acusado de “não querer sair do resgate”, nem querer o dinheiro ou os investimentos.
Tsipras encerrou sua campanha eleitoral na quinta-feira em uma praça do centro de Atenas, onde congregou mais de 10 mil seguidores, perante os quais pediu o respaldo para assegurar a maioria absoluta nas eleições do próximo domingo e devolver à Grécia “a autonomia na Europa”.
“Uma maioria absoluta do Syriza trará consigo a autonomia da Grécia na Europa. Necessitamos da maioria absoluta para assegurar a salvação social e para restaurar a dignidade”, assinalou.
Em uma entrevista aos canais de televisão, Tsipras assegurou ontem que um governo esquerdista reconhecerá os objetivos fiscais fixados pelos tratados europeus, mas não os acordos assinados pelo executivo anterior com a troika porque, disse, “a austeridade não está nos tratados” da UE.
O terceiro lugar será disputado pelo partido centrista To Potami (O Rio), que, segundo as enquetes, recebe entre 5,1% e 7% dos votos, e o partido neonazista Amanhecer Dourado, entre 5% e 6,8%.
Stavros Theodorakis, do To Potami, acredita que sua formação política porá em ordem tudo o que não é correto na Grécia, “sem destroçar o país”.
Muito perto estarão os socialistas do Pasok. Seu líder, o atual ministro das Relações Exteriores Evangelos Venizelos, que acusou o centrista To Potami de não “ser um partido, mas uma união com ideias completamente diferentes sem denominador comum”. EFE
lab/ff
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