Dilma divulga vídeo pelo 1º de maio contra o projeto de terceirização

  • Por Agencia EFE
  • 01/05/2015 14h33
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Rio de Janeiro, 1 mai (EFE).- A presidente Dilma Rousseff se manifestou nesta sexta-feira sobre a possibilidade de o Congresso aprovar o projeto de lei que regulamenta a terceirização do emprego sem nenhum tipo de restrição, em um vídeo publicado nas redes sociais em comemoração ao Dia do Trabalho.

A presidente disse que a regulamentação da terceirização pode melhorar as condições de trabalho de milhões de terceirizados, mas defendeu a imposição de restrições para que esse tipo de contrato não se estenda a todo o mercado.

“A regulamentação do trabalho terceirizado tem que diferenciar as atividades fins e as atividades meio dos vários setores produtivos”, disse, deixando clara sua oposição ao projeto que pode permitir que as empresas contratem terceirizados inclusive para suas funções principais.

Dilma disse que o projeto de lei em discussão no Congresso pode melhorar as condições de emprego de cerca de 12,7 milhões de trabalhadores terceirizados, que terão “proteção no emprego, direitos trabalhistas e aposentadoria, além da garantia de um salário digno”.

O projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados em 22 de abril, que agora está em discussão no Senado, amplia para todos os setores a terceirização, que autoriza as empresas a contratarem prestadores de serviço até para a atividade final.

Atualmente a terceirização só é permitida para atividades não-específicas das empresas contratantes, como limpeza, transporte e segurança.

Dilma não tinha se pronunciado até agora sobre o projeto, que conta com o apoio de parte da base de apoio do governo no Congresso, mas com a forte oposição dos sindicatos.

Ela não deixou claro no vídeo se vetaria a lei caso chegue a sua mesa.

A terceirização foi a iniciativa mais criticada nas manifestações organizadas hoje pelas centrais sindicais em dezenas de cidades do Brasil para comemorar o Dia do Trabalho.

Em outro dos três vídeos divulgados hoje nas redes sociais, a presidente disse que os governantes têm que aprender a escutar as reivindicações de quem protesta nas ruas.

“Temos que nos acostumar às vozes das ruas, às reivindicações dos trabalhadores. Temos que reconhecer como legítimas as reivindicações de todos os segmentos sociais de nossa população”, afirmou.

Há dois dias a violenta repressão policial a um protesto de professores deixou cerca de 200 professores feridos em Curitiba, no Paraná, e Dilma, sem citar nominalmente o caso, disse hoje que os governantes têm que aprender a ouvir as reivindicações dos manifestantes “sem violência nem repressão”.

Os vídeos dirigidos aos trabalhadores substituíram o tradicional pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão.

O Planalto argumentou que foi uma escolha para valorizar a importâncias das redes sociais, mas a oposição e a imprensa atribuíram essa decisão ao temor de que se repetissem as vaias ouvidas em várias cidades do país no último pronunciamento de Dilma, no dia da Mulher.

Esta foi a primeira vez em 13 anos que um presidente brasileiro não faz um discurso para comemorar o Dia do Trabalho. A tradição foi iniciada por Luiz Inácio Lula da Silva, quando tomou posse, em 2003. EFE

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