Dilma diz que ampliação de Conselho de Segurança não pode “ser adiada sempre”

  • Por Agencia EFE
  • 28/09/2015 21h23
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Nações Unidas, 28 set (EFE).- A presidente Dilma Rousseff abriu nesta segunda-feira o debate da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) solicitando uma ampliação do Conselho de Segurança tanto na categoria de membros permanentes quanto na de não-permanentes, uma decisão que não pode “ser adiada sempre”.

“Para dar às Nações Unidas a centralidade que lhe corresponde, é fundamental uma reforma abrangente de suas estruturas”, defendeu.

O Brasil, como é tradição, foi o primeiro país a apresentar seu discurso perante a Assembleia Geral, mas a presidente chamou a atenção à necessidade de mudar outra tradição: o núcleo de membros permanentes (formado por Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) que não mudou nos 70 anos de história do organismo.

Para ela, os cinco países não representam as novas potências, como é o caso do Brasil, e mantêm o direito a veto que dificulta a resolução de alguns conflitos. Dilma considerou que, apesar do sucesso no âmbito humanitário e do meio ambiente, a ONU “não conseguiu os mesmos sucessos no que se refere à segurança coletiva”.

“A maioria dos Estados-membros não quer que esta decisão seja adiada para sempre. Esperamos que este período de sessões que começa hoje seja um giro nesta trajetória e que leve a resultados concretos neste processo longo de reforma da organização”, acrescentou.

Sobre as crises internas do país, ela afirmou que, apesar dos esforços para que a crise mundial de 2008 não repercutisse na população eles “chegou a seu limite devido a questões fiscais internas e relativas à situação externa”. No entanto, disse que o Brasil não tem “problemas estruturais graves”.

“Nosso problema se limita às circunstâncias atuais. A economia brasileira é hoje mais forte, sólida e resiliente do que há alguns anos. Estamos em condições de superar as dificuldades atuais”, afirmou.

Por fim, ela destacou que o Brasil “não tolera a corrupção”.

“Queremos um país em que as leis sejam o limite. Muitos de nós lutamos por isso quando as leis e os direitos foram vilipendiados durante a ditadura. Queremos um país em que os governantes se comportem rigorosamente segundo suas atribuições, sem ceder a excessos, além de juízes que julguem com liberdade e imparcialidade, sem pressões de qualquer natureza, desligados de paixões político-partidárias”, concluiu. EFE

msc/cdr

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