Dilma substitui ministro dos Transportes por pressões eleitorais

  • Por Agencia EFE
  • 25/06/2014 20h18

Brasília, 25 jun (EFE).- A presidente Dilma Rousseff destituiu nesta quarta-feira o titular da pasta de Transportes, César Borges, cuja saída era exigida pelo Partido da República (PR), ao qual pertence o agora ex-ministro.

A saída de Borges foi formalizada em uma nota oficial divulgada pela Secretaria de Comunicação da presidência, a qual só diz, em duas linhas, que o novo ministro será Paulo Sérgio Passos, também do PR e que já tinha ocupado esse cargo, e que Borges assumirá a Secretaria Nacional de Portos.

A nota não faz alusão às pressões do PR, que através de vários dirigentes alertou que se Borges não fosse substituído a legenda poderia revisar sua decisão de apoiar a candidatura de Dilma à reeleição no pleito do dia 5 de outubro próximo.

Nesta terça-feira, o secretário-geral do PR, Antonio Carlos Rodrigues (SP), deu claros sinais no sentido da pressão que exercia esse partido em relação ao escritório de Transportes.

“Borges não representa o PR”, declarou Rodrigues, depois que outros dirigentes do partido ameaçaram inclusive abandonar a coalizão de governo e opor-se à candidatura de Dilma.

A relação entre Borges e seu partido tinha se desgastado nos últimos meses devido, aparentemente, porque ele tinha postergado ou inclusive rejeitado alguns projetos propostos por parlamentares da legenda.

O PR conta atualmente com 31 dos 513 deputados e quatro dos 81 senadores, representação que garante a esse partido um minuto de propaganda eleitoral gratuita na televisão, que é o principal meio de propaganda no Brasil e estará à disposição de Dilma.

Segundo fontes políticas, a possibilidade de perder esse tempo e o apoio do PR na campanha para sua reeleição levou Dilma a ceder às pressões da legenda e substituir Borges, que estava no cargo desde abril do ano passado.

As normas eleitorais brasileiras estabelecem, para a campanha, um tempo de propaganda total de 50 minutos por dia distribuídos entre os partidos que apoiam cada candidato proporcionalmente segundo sua representação parlamentar.

De acordo com cálculos preliminares, Dilma contará com quase a metade desse tempo, graças ao apoio de uma dúzia de partidos. EFE

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