Dilma viaja para posse de dom Orani no Vaticano e cúpula Brasil-UE
Rio de Janeiro, 20 fev (EFE).- A presidente Dilma Rousseff iniciou nesta quinta-feira uma viagem internacional na qual será recebida amanhã pelo papa Francisco e pelo presidente italiano, Giorgio Napolitano; assistirá à posse de dom Orani Tempesta como cardeal e, na segunda-feira, participará em Bruxelas da Cúpula Brasil-União Europeia.
A governante embarcou na tarde desta quinta-feira em Porto Alegre com destino a Roma, aonde deve chegar na madrugada da sexta-feira, segundo informou a presidência.
Sua primeira atividade na capital italiana será uma reunião com Napolitano na qual abordará o comércio bilateral, os investimentos no Brasil de empresas como Fiat e TIM e uma maior cooperação em áreas como Defesa, energia e indústria espacial.
A reunião busca “intensificar o diálogo entre ambos países em um momento de grande dinamismo das relações”, disse o subsecretário de Política do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Antonio Paranhos, em entrevista coletiva hoje em Brasília na qual destacou a troca de US$ 11 bilhões.
Esse número transforma a Itália no oitavo maior parceiro comercial do Brasil.
O diplomata negou que a governante pretenda reforçar perante Napolitano o pedido brasileiro de extradição de Henrique Pizzolato, o ex-diretor do Banco do Brasil detido este mês na Itália e condenado no julgamento do mensalão.
“Os processos de extradição têm suas vias próprias. Não vejo por que a presidente possa tocar esse assunto”, disse.
A chefe de Estado se dirigirá na própria sexta-feira ao Vaticano, onde aproveitará uma audiência privada com o papa Francisco para, segundo antecipou, convidá-lo a visitar o Brasil novamente durante a Copa do Mundo.
A governante, que abordará no Vaticano assuntos como a luta contra a pobreza, assegurou recentemente que “sempre é muito bom conversar com Francisco”, porque “tem um compromisso com os pobres” e “é latino-americano”, motivo pelo qual compreende melhor “os problemas de nossos países”.
A reunião de amanhã será a terceira entre o pontífice argentino e a presidente do país com maior número de católicos no mundo.
Dilma viajou ao Vaticano em março do ano passado, quando assistiu à missa de entronização de Francisco, e depois recebeu o pontífice no Rio de Janeiro em junho por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
A governante assistirá no sábado ao consistório em que o papa investirá 19 novos cardeais, entre eles o atual arcebispo do Rio de Janeiro, Orani Tempesta.
Após suas atividades no Vaticano, Dilma seguirá para Bruxelas, onde participará na segunda-feira da cúpula anual entre Brasil e a União Europeia e conversará sobre as negociações para um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e o bloco europeu.
As negociações entre os blocos se arrastam sem sucesso há mais de uma década e, após serem retomadas no ano passado, está prevista para as próximas semanas a troca das ofertas de cada um que servirão como base para o acordo.
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, declarou esta semana que o Mercosul “está em fase final” de redação de sua oferta e que a troca acontecerá “o mais rápido possível”.
A governante antecipou que também aproveitará a reunião com os presidentes da UE, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, para defender os incentivos fiscais que o Brasil oferece às empresas para atenuar a crise. Da mesma maneira abordará com eles a renovação dos benefícios da Zona Franca de Manaus, duas políticas tributárias brasileiras criticadas pelos europeus.
“Vamos defender nosso sistema tributário em todas as instâncias. Estamos convencidos que o que estamos fazendo é correto e o defenderemos de forma forte e incisiva”, declarou Dilma recentemente.
Através da Comissão Europeia, o bloco iniciou um processo de consultas sobre as medidas tributárias e os incentivos fiscais que o Brasil oferece a seus industriais, sobretudo no setor automotivo e na Zona Franca de Manaus.
Na agenda internacional, a presidente ainda terá um encontro na segunda-feira com o primeiro-ministro belga, Elio di Rupo, e também poderá ser recebida em uma audiência pelo rei Felipe, segundo Paranhos. EFE
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