Diplomata que causou crise entre Índia e EUA volta a ser indiciada

  • Por Agencia EFE
  • 14/03/2014 19h43

Nova York, 14 mar (EFE).- O Ministério Público de Manhattan apresentou de novo nesta sexta-feira acusações contra uma diplomata indiana cuja detenção gerou no final do ano passado uma crise diplomática entre Nova Délhi e Washington.

A nova acusação considera que Devyani Khobragade pagava abaixo do salário mínimo a empregada doméstica que trouxe da Índia e mentiu deliberadamente sobre o caso às autoridades de imigração a fim de obter seu visto.

A detenção da diplomata em dezembro do ano passado gerou um incidente diplomático com a Índia e uma onda de protestos antiamericanos nesse país, assim como medidas de pressão do governo de Nova Délhi contra a embaixada de Washington.

Esta nova inculpação foi anunciada hoje pela procuradoria federal do distrito sul de Nova York, em Manhattan.

Khobragade tinha sido destinada inicialmente como vice-cônsul em Nova York, mas após sua detenção e inculpação iniciais foi realocada à embaixada de seu país nas Nações Unidas, o que lhe permitiu obter imunidade diplomática.

Finalmente, um juiz federal rejeitou a denúncia devido à imunidade diplomática, e Khobragade saiu dos Estados Unidos em janeiro para voltar a seu país.

Fontes jurídicas explicaram que, quando o juiz se pronunciou, Khobragade tinha imunidade diplomática, mas que a perdeu automaticamente após sair deste país, motivo pelo qual a procuradoria tinha a faculdade de apresentar os cargos novamente.

Isto significa que se a diplomata voltar a pisar em solo americano sem imunidade diplomática poderia voltar a ser detida.

A ata de acusação considera que Khobragade mentiu no formulário para solicitar o visto para sua empregada doméstica, sobre as condições de trabalho, e também que realizou falsos testemunhos sob juramento sobre o caso.

Segundo esse documento, Khobragade disse no formulário que pagaria à empregada um salário de US$ 9,75 por hora, quando na realidade lhe pagava 30 mil rúpias mensais (US$ 3,33) se trabalhasse 40 horas por semana.

Além disso, a vítima trabalhava cerca de 100 horas por semana, sem dias livres, o que fazia que seu salário fosse de pouco mais de US$ 1 por hora, e teve o passaporte retido, segundo a acusação. EFE

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