Direita israelense faz ato em Tel Aviv a dois dias de eleição

  • Por Agencia EFE
  • 15/03/2015 06h52
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Jerusalém, 15 mar (EFE).- A direita mais nacionalista de Israel se manifestará neste domingo em um dos principais redutos da esquerda, a famosa praça Yitzhak Rabin, em Tel Aviv, uma demonstração de força a apenas dois dias das eleições antecipadas.

Convocada pela Plataforma pela Terra de Israel, que reúne dirigentes e ativistas de várias formações nacionalistas, os organizadores pretendem reunir dezenas de milhares de pessoas para tentar convencer os eleitores com a mensagem de que só a direita garantirá a integridade territorial israelense a oeste do Rio Jordão.

“Não acreditem no que lê. Não deixem que o desespero os vença, nem achem que as eleições terminaram e em poucos dias Isaac Herzog e Tzipi Livni ocuparão a chefia do governo. A verdadeira direita participará dessa manifestação”, disse o líder do partido Lar Judaico, Naftali Bennett.

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, será o principal orador do comício, após ter confirmado sua participação nesta manhã.

Fontes próximas ao partido já tinham assegurado que não estava descartado que discursasse diante da necessidade de fortalecer sua imagem frente a Bennett e se recuperar da recente queda nas pesquisas, que dão ao Likud entre 20 e 21 cadeiras, quatro a menos que à União Sionista, liderada pelo trabalhista Herzog e pela centrista Livni.

Na semana passada, 40 mil militantes desta frente se concentraram na praça para exigir uma “mudança” de governo e a abertura de um “horizonte de esperança” para Israel após seis anos com Netanyahu à frente do Executivo.

A manifestação está convocada para às 20h (14h em Brasília), no simbólico lugar onde em 1995 um ultranacionalista assassinou o primeiro-ministro Yitzhak Rabin por suas concessões aos palestinos no fracassado processo de paz de Oslo.

A direita defenderá hoje a preservação da bíblica Terra de Israel sob soberania israelense -ou seja, sem criar um Estado palestino – e com um exército forte capaz de combater as ameaças na região e, entre elas, dizem os organizadores, a que o programa nuclear do Irã representa.

Os principais dirigentes falarão do perigo de um governo que entregue territórios e evacue assentamentos.

“Contrariamente ao espírito abatido que se viu na manifestação da semana passada (a de centro-esquerda), a de hoje potencializará a sensação de unidade entre os partidos da direita”, explicou uma fonte da organização ao jornal “Yedioth Ahronoth”.

Embora as pesquisas indiquem a vitória da União Sionista, a fragmentação parlamentar obrigará provavelmente à formação de um novo governo direitista, apesar do Likud temer ficar reduzido e perder sua influência dentro do novo governo, onde o mais nacionalista Bennett atuaria como braço direito de Netanyahu.

Além disso, algumas análises temem que sem um Likud forte e quase com o mesmo número de candidatos que seus principais rivais da centro-esquerda, o chefe do Estado, Reuven Rivlin, opte por entregar o mandato do governo a Herzog por uma mera questão ética.

Dentro do arco direitista que reúne colonos e nacionalistas, outro dos dirigentes que se somou à convocação é Eli Yishai, do ultra-ortodoxo Yahad, rompido com o Shas e que se aliou com um pequeno partido de forte ideologia colonizadora.

Quem não confirmou publicamente sua participação foi o partido Yisrael Beiteinu, liderado pelo ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, também na direita, mas que nos últimos dois anos optou por posturas mais moderadas quanto a acordo com os palestinos. EFE

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