Diretor da SOS Mata Atlântica critica uso de água para a agricultura em SP
Em entrevista à Jovem Pan, o diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, analisou as causas da crise hídrica em São Paulo e citou medidas que evitariam um novo nível de desabastecimento como o que se vê.
Mantovani criticou os agricultores paulistas que até pouco tempo estavam usando água potável indiscriminadamente em suas plantações. “70% da água no Brasil hoje é usada para irrigação agrícola”, relatou, lembrando que “em caso de conflito de uso (da água), a prioridade é do abastecimento”, de acordo com as regras internacionais.
O diretor da SOS Mata Atlântica disse também que estamos “reféns” do Código Florestal, o qual chama de “legislação criminosa”. A regra federal aprovada em 2012 foi muito criticada por ambientalistas por deixar de proteger as margens dos rios e represas.
Mantovani explica a importância desse tipo de vegetação e compara o Brasil com a “experiência de Nova Iorque”, que recebe água do Canadá, recurso protegido legalmente no estado americano.
A importância do reflorestamento também é citada pelo entrevistado, que afirma que a árvore é fonte de água capaz de fornecer 150L por dia à atmosfera.
“No Cantareira, o fato de não termos cobertura florestal, aquilo é erosão, é a prova de incompentência da gestão humana”, avaliou Mantovani.
Ele explicou também que a terra está aterrando o reservatório e diminui-se o espaço para a água.
Como solução, o diretor da SOS Mata Atlântica propôs “estimular o proprietário da região”, que planta batata no sul de Minas, por exemplo, “que permite que terra vá para a represa” deixar de fazer isso.
Por fim, Mario Mantovani afirmou que é inevitável o uso da nova reserva técnica do Cantareira e que devemos esperar o ciclo de chuvas retomar.
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