Diretor de presídio é 1º julgado na Romênia por crimes durante comunismo
Bucareste, 24 set (EFE).- O primeiro julgamento por crimes contra a humanidade cometidos durante o antigo regime comunista na Romênia começou nesta quarta-feira, embora a próxima audiência tenha sido adiada até 22 de outubro após o tribunal aceitar ampliar as acusações contra um antigo diretor de um presídio.
Alexandru Visinescu, que dirigiu o presídio político de Ramnicu Sarat entre 1956 e 1963 e é acusado de ser responsável pela morte de pelo menos 14 detentos, compareceu hoje na primeira audiência mas não deu declarações.
A viúva de um ex-preso político solicitou hoje na corte 100 mil euros pelo sofrimento passado por seu marido, o general Ion Eremia, morto em 2004 e que foi preso na época por escrever um livro no qual criticava os líderes comunistas.
Outras quatro pessoas se somaram ao caso, o que foi aceito pelo tribunal de Bucareste que julga Visinescu, de 88 anos.
O ex-diretor do presídio, que pode pegar uma condenação de prisão perpétua por crimes contra a humanidade, argumenta que se limitou a obedecer ordens e que não era o responsável direto pelo que ocorria na cadeia.
O Ministério Público o acusa de “degradação da saúde dos prisioneiros” por má alimentação, surras e castigos físicos.
Aproximadamente 200 mil romenos foram condenados por motivos políticos durante a ditadura comunista (1947-1989), na qual o governo perseguiu qualquer dissidência, segundo o Instituto de Pesquisa dos Crimes do Comunismo.
Visinescu é a primeira pessoa que responde pelos crimes do regime comunista desde a queda do ditador Nicolae Ceausescu, em dezembro de 1989.EFE
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