Dirigente cubano pede que jovens não “se deslumbrem” em nova era com os EUA
O vice-presidente do Partido Comunista de Cuba (PCC), José Machado Ventura, pediu que os jovens cubanos não se deixem “deslumbrar” pelo consumismo na nova era que surgir após o restabelecimento de relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos,
“O primeiro desafio é não se deixar deslumbrar pelo consumismo e pelas coisas bonitas, que chamam a atenção dos jovens”, disse Machado Ventura em entrevista publicada pela edição dominical do jornal oficial “Juventud Rebelde”, porta-voz da União de Jovens Comunistas, filial juvenil do PCC, por ocasião do congresso que essa organização realizará na próxima semana.
Cuba e Estados Unidos confirmaram no início deste mês sua decisão de restabelecer as relações diplomáticas, rompidas em 1961, e anunciaram a reabertura de embaixadas em suas respectivas capitais a partir do próximo 20 de julho.
Machado Ventura, também vice-presidente do governo, afirmou ainda que as novas gerações de cubanos devem estar “mais preparadas e saber movimentar-se entre as pedras”, assim como conhecer o que está acontecendo para “não deixar-se conquistar pela sociedade de consumo”.
Além disso, lhes pediu para não esquecer suas “raízes, a história, o tipo de confronto de fundo que tivemos com o imperialismo americano”, e defender o socialismo “próspero e sustentável que estamos propondo”.
“Isso requer firmeza e não nos deixar confundir, pois as ideias do imperialismo seguem sendo as mesmas. Temos que adquirir maiores conhecimentos e uma forte preparação; saber que, como admitiram as próprias autoridades dos EUA, eles por enquanto só mudam os métodos para tentar, mediante outras formas, destruir o sistema político de Cuba”, ressaltou Machado Ventura.
Sobre o uso das novas tecnologias e o acesso a internet, o veterano dirigente comunista reconheceu que representam “uma grande oportunidade” não só para a comunicação entre as pessoas, mas também para o desenvolvimento
“Todo mundo sabe por que em Cuba não há mais internet, porque isso tem um alto custo. Existem alguns que querem nos dar de graça, mas não fazem isso para que o povo cubano se comunique, e sim com o propósito de se infiltrar e fazer trabalho ideológico para conseguir uma nova conquista”, opinou.
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