Dirigentes do exílio cubano pedem para participar de diálogo com Havana

  • Por Agencia EFE
  • 17/12/2014 16h07
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Miami, 17 dez (EFE).- Destacados dirigentes do exílio cubano em Miami exigiram nesta quarta-feira estar presentes nas negociações entre Estados Unidos e Cuba para o restabelecimento das relações diplomáticas, quebradas desde 1961.

Em declarações à Agência Efe, o presidente do Movimento Democracia, Raúl Sánchez, assegurou que o anunciado início de um processo para a normalização das relações com Cuba “é um desafio” para os opositores cubanos no interior da ilha e também para o exílio.

“Estamos no dia no qual os Estados Unidos anunciaram mudanças de política, pelo menos de maneira temporária, e os cubanos temos que defender os direitos dos que não vão estar representados nessa negociação”, ressaltou Ramón Saúl Sánchez.

Segundo sua opinião, “é importante que se escute ao povo de Cuba, porque eu não vejo o governo de (Raúl) Castro anunciando que vai legalizar à oposição cubana que está proscrita em Cuba”.

“Não vejo o governo cubano anunciando que vai desmontar a indústria que montou com a divisão familiar, e eu exijo o direito a retornar a meu país, embora tenha uma visão diferente da do regime”, acrescentou o dirigente do Movimento Democracia.

Sánchez destacou que o regime “não permite a volta de muitos milhares de cubanos” e, por isso, não vê o governo cubano dizendo que poderão retornar “e lutar pacificamente pelas mudanças democráticas de Cuba”.

Outro dirigente do exílio, o presidente do Diretório Democrático, Orlando Gutiérrez, se mostrou ainda mais crítico e qualificou de “absurdo” o restabelecimento das relações diplomáticas com Cuba por ser o resultado de uma “concessão” a um regime que “segue mantendo a opressão sobre o povo cubano”.

“É o pior que os Estados Unidos podem fazer em questão de segurança nacional”, disse Gutiérrez, que insistiu que a abertura deste processo representa uma espécie de prêmio a um regime que, segundo sua opinião, “assassinou dissidentes”.

A conclusão do ativista é que o restabelecimento das relações diplomáticas entre ambos países envia um “sinal verde” ao governo cubano para que “continue matando” os opositores. EFE

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