Disidentes denunciam detenções desde o início de visita do papa

  • Por Agencia EFE
  • 20/09/2015 15h59
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Havana, 20 set (EFE).- Membros da dissidência interna cubana denunciaram neste domingo dezenas de detenções e prisões domiciliares de opositores desde a chegada do papa Francisco a Cuba, que oficiou hoje sua primeira missa na ilha.

O líder do movimento dissidente “Damas de Blanco”, Berta Soler, disse à Agência Efe que foi detida temporariamente ontem, após a chegada do pontífice, e hoje, quando se preparava junto com 22 integrantes de seu grupo e seu marido, o político Ángel Moya, para assistir a missa papal.

“Saímos da sede (das Damas de Blanco) às 5 da manhã para poder chegar à praça e fomos todos detidos”, declarou Soler por telefone, após permanecer detida várias horas em uma delegacia de Alamar, onde mora.

A dissidente disse que recebeu relatos de detenções semelhantes de suas companheiras nas províncias de Matanzas, Villa Clara, Guantánamo, e em Holguín e Santiago de Cuba, as outras duas dioceses que o sumo pontífice visitará durante sua estadia de quatro dias na ilha.

Soler contou que foi convidada por um responsável da Nunciatura para saudar Francisco em sua chegada à sede diplomática vaticana em Havana, onde o papa se hospedou nos dois primeiros dias de sua visita a Cuba.

Em igual situação estavam na sexta-feira a jornalista independente Miriam Leiva e a opositora Marta Beatriz Roque, do Grupo dos 75, denunciaram.

Leiva disse à agência Efe que também tinha planejado saudar o Santo Padre na embaixada da Santa Sé, mas que foi impossibilitada de comparecer ao ser detida na saída de sua casa, onde foi devolvida cerca de três horas depois.

Segundo o porta-voz da “Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional” (CCDHRN), Elizardo Sánchez, foram registrados nos últimos dias dezenas de detenções de dissidentes, tanto domiciliar, por um ou vários dias, por várias horas e em outros casos quando tentaram viajar de outras províncias para Havana.

Os dissidentes advertiram nas últimas semanas que haveriam produzir detenções na ilha pouco antes e durante a visita do papa Francisco, particularmente em Havana, Holguín e Santiago de Cuba. EFE

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