Distúrbios em cidade da Venezuela terminam com saques e prefeitura incendiada

  • Por Agencia EFE
  • 05/08/2015 23h58
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Caracas, 5 ago (EFE).- Pelo menos dois caminhões que transportavam comida na cidade de Sinamaica, no noroeste da Venezuela e próxima à fronteira com a Colômbia, foram saqueados por um grupo de pessoas que depois incendiou a sede da prefeitura, informou nesta quarta-feira a imprensa local.

A informação sobre os distúrbios foi confirmada pelo secretário de governo regional do estado de Zulia, Billy Gasca, em sua conta no Twitter, onde afirmou que os “lamentáveis fatos” estão sendo avaliados pelas autoridades locais.

Segundo o jornal “Panorama”, com sede em Maracaibo (capital do Zulia), porta-vozes da prefeitura informaram que cinco escritórios foram danificados no incidente.

Já o caraquenho “El Nacional” afirma que o saque aos dois caminhões de transporte de comida aconteceu como medida de protesto “contra a escassez e o racionamento de alimentos” que assola a cidade, que vive em “condições deploráveis, passando vários dias sem energia elétrica e sem conexão à internet”.

Por sua vez, o site do jornal “Últimas Notícias” publicou que porta-vozes da prefeitura, “que pediram anonimato por não estarem autorizados a falar, indicaram que o ataque começou na noite de terça-feira, quando os agressores entraram no prédio da prefeitura e, após roubar eletrodomésticos e computadores, atearam fogo às instalações”.

As autoridades oficiais não se pronunciaram sobre estes novos distúrbios que se seguem a outros que ocorreram em outras partes da Venezuela desde o início deste mês e que reavivaram as críticas pela situação de crise econômica e de insegurança do país.

O governador do estado venezuelano de Bolívar, Francisco Rangel, confirmou no último dia 31 de julho que uma pessoa morreu durante o saqueamento de um armazém de alimentos na cidade de San Félix, em um incidente que terminou com pelo menos 60 detidos.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse no mesmo dia que a morte deste jovem foi um evento “planejado” executado pela “direita maltratada” que, segundo ele, recebe ordens dos Estados Unidos.

As principais críticas do lado opositor partem da aliança partidária Mesa da Unidade Democrática, que convocou para 8 de agosto uma “jornada nacional de protesto contra a fome, o crime organizado e pela liberdade”.

Durante o último ano a Venezuela passou por frequentes ciclos de escassez e desabastecimento, o que provocou longas filas nas lojas, com as pessoas disputando principalmente produtos alimentícios e artigos de higiene pessoal. EFE

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